A palavra serendipidade advém do inglês “serendipity”que significa descobrir coisas por acaso. Nesse sentido, na forma de aparentes coincidências, seria como sair em busca de uma determinada coisa e descobrir outra (ou outras).
Inerente à investigação criminal, esse instituto também denominado de teoria do encontro fortuito de provas é perfeitamente visualizado no âmbito das interceptações telefônicas. E a principal polêmica sobre o assunto diz respeito à validade da prova obtida por esse meio probatório, visto que há divergências se esse meio é idôneo para servir como prova para fatos e pessoas encontradas fortuitamente.
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Fonte: http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14584
Bons estudos!
Serendipidade: essa estranha palavra (como nos informa Ethevaldo Siqueira - O Estado de S. Paulo de 15.02.09, p. B10) significa "algo como sair em busca de uma coisa e descobrir outra (ou outras), às vezes até mais interessante e valiosa. Vem do inglês serendipity (de acordo com o Dicionário Houaiss), onde tem o sentido de descobrir coisas por acaso. Serendip era o antigo nome da ilha do Ceilão (atual Sri Lanka). A palavra foi cunhada em 1754 pelo escritor inglês Horace Walpole, no conto de fadas Os três príncipes de Serendip , que sempre faziam descobertas de coisas que não procuravam".
Da decisão judicial que determina a interceptação telefônica sobressaem, dentre outros, dois requisitos sumamente relevantes, sendo certo que ambos estão previstos no art. 2.º , parágrafo único , da Lei 9.296 /96: a) descrição com clareza da situação objeto da investigação; b) indicação e qualificação dos investigados (dos sujeitos passivos). Fala-se em parte objetiva (fática) e subjetiva (pessoas) da medida cautelar. A lei, com inteira razão, preocupou-se com a correta individualização do fato objeto da persecução, assim como com a pessoa que está sendo investigada.
A serendipidade é a descoberta fortuita de delitos que não são objeto de uma investigação.
Exemplo. No curso de uma interceptação telefônica para investigar o crime A, a autoridade policial identifica elementos de prova sobre um crime B, até então desconhecido. Isso pode ocorrer tanto com crimes conexos, como com figuras totalmente estranhas.
Na hipótese de crimes conexos ou atingidos por continência haverá a chamada serendipidade de primeiro grau. Tal modalidade de serendipidade é aceita pela doutrina e jurisprudência. A prova tem validade e pode servir de base para uma condenação.
Quando a prova encontrada não tem relação alguma com o objeto inicial da investigação, ocorre a chamada serendipidade de segundo grau. Neste caso, havia celeuma: parte da doutrina entende que tal prova somente pode servir como notícia crime, não podendo ser valorada para condenar o réu.
Segundo o STF, no entanto, a prova obtida é legal, mesmo que a medida de investigação (no caso de interceptação) visasse investigar outro delito que não tinha relação, conexão ou continência com o delito encontrado.
Fonte:
BORGES, Eduardo. A serendipidade ou “crime achado” e o HC 129.678/SP do STF. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 22, n. 5167, 24 ago. 2017.
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