A contabilidade de custos é a área da contabilidade que trata dos gastos ocorridos na produção de bens ou serviços. De uma forma mais técnica, podemos defini-la como o registro contábil das operações de produção da empresa, através das contas de custeio, que pode ser dividida em:
Seu principal objetivo é na apuração dos custos dos produtos e/ou serviços vendidos e deve ser uma ferramenta de apoio à tomada de decisão, em especial na formação do preço de venda da empresa.
Ela se encontra dentro de um escopo maior de estudo da Contabilidade Geral, que é a ciência que utiliza uma série de técnicas e cálculos para manter um controle do patrimônio de uma empresa. Independentemente se você sabe como fazer ou não, precisa apresentar detalhes da evolução patrimonial e financeira da sua empresa ao longo dos anos. Normalmente esse cálculo e demonstrativo é feito pelo seu contador, mas não faz mal algum entender e ficar por dentro do assunto.
Basicamente existem dois tipos de custos, o direto e o indireto:
Exemplo: Em uma fábrica de cervejas as garrafas, tampas, rótulos e líquido são custos diretos, pois a cada cerveja produzida, se tem um gasto a mais com esses itens
Exemplo: Os gastos com a equipe financeira, de marketing e gestores dentro dessa mesma indústria seriam considerados custos indiretos
No caso dos custos indiretos, em alguns casos vai ser importante realizar critérios de rateio entre os produtos para que eles sejam devidamente alocados.
PS – os custos diretos e indiretos, por vezes também podem ser chamados de custos fixos e variáveis.
Digo isso, porque são justamente os métodos de custeio que vão te permitir entender como dividir os custos do seu negócio entre os produtos:
No final das contas, o método de custeio que fizer mais sentido para a sua empresa deve ser utilizado e, dependendo do seu negócio, pode nem fazer sentido usar um método de custeio específico. Agora vamos ver um passo a passo de como aplicar a contabilidade de custos no dia a dia da sua empresa.
Se o custo direto for maior esse produto não tem margem de contribuição, ou seja, não vai contribuir para pagar os custos indiretos (também chamados de fixos)
Se o preço de venda for maior que o custo direto, passe para o próximo passo
Existem algumas maneiras de se fazer esse custeio. Abordamos algumas delas mais acima, nesse mesmo artigo. Se você não tiver dados que propiciem uma divisão “justa”, uma forma simples que já pode te dar uma noção é fazendo a porcentagem de vendas de cada produto e fazendo uma divisão balanceada dos custos entre eles
Com o rateio feito e a margem de contribuição entendida, você consegue identificar quantas unidades precisariam ser vendidas de cada produto ou serviço para empatar receitas e despesas. Se só tiver um produto, o cálculo do ponto de equilíbrio fica mais fácil de se fazer
a) Produto 1 – custo de R$100 por produto fabricado e preço de venda R$200
b) Produto 2 – custo de R$150 por produto fabricado e preço de venda R$300
c) Produto 3 – custo de R$70 por produto fabricado e preço de venda R$50
d) Salário dos Funcionários – R$20.000
e) Aluguel e outras despesas – R$10.000
Produto 1 (R$100), Produto 2 (R$200) e Produto 3 (R$70)
a) Produto 1 – MC de R$100 (200 – 100)
b) Produto 2 – MC de R$150 (300 – 150)
c) Produto 3 – MC de – R$20 (50 – 70)
No nosso caso, um bom insight que poderíamos ter seria de tirar o Produto 3 do mercado ou modificar o preço de venda dele, já que no cenário atual ele só dá prejuízo para a empresa.
Custos Indiretos = R$30.000 (10.000 + 20.000)
Nesse caso, como mostramos, existem algumas formas que podem ser utilizadas. Supondo que utilizássemos um método proporcional de acordo com a margem de contribuição de cada um, teríamos o seguinte cenário (veja que já retirei o produto 3 da conta. Se ele ainda estivesse, provavelmente o número de vendas teria que ser maior de acordo com o prejuízo apurado por ele):
a) Produto 1 – rateio de 40% (MC do Produto 1 / MC Total = 100/250 = 0,4 = 40%)
b) Produto 2 – rateio de 60% (MC do Produto 2 / MC Total = 150/250 = 0,6 = 60%)
Nesse caso, 40% de 30.000 = R$12.000 referente as vendas que o produto 1 precisará fazer e 60% de 30.000 = R$18.000 que o produto 2 precisará vender para atingir seu ponto de equilíbrio
No caso do produto 1: Ponto de Equilíbrio P1 = R$12.000 / R$100 = 120 produtos 1 precisam ser vendidos para atingir o ponto de equilíbrio
No caso do produto 2: Ponto de Equilíbrio P2 = R$18.000 / R$150 = 120 produtos 2 precisam ser vendidos para atingir o ponto de equilíbrio
Obviamente, todo o esforço que fizemos foi no sentido de encontrar o ponto onde as receitas e despesas são iguais e, se você tem uma empresa, vai pensar em como lucrar após encontrar esse valor.
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