Analise juridicamente a situação descrita.

Analisando o caso em questão é possível averiguar uma causa de excluí a ilicitude e outra que afasta a culpabilidade; inexigibilidade de conduta diversa. Em relação a primeira trata-se do chamado estado de necessidade putativo. Neste caso, o agente (José) para salvaguadar direito seu ou de terceiro, cujo o sacrifício não era exigível, bem como a situação preigosa não foi criada pela sua vontade, sacrifica alheio de determinada pessoa. No caso em tela o sujeito ativo da conduta típica achou que a vida de seu filho corria perigo, por isso perpetrou tal crime. Observe que um dos requesitos para a averiguação do estado de necessidade diz respeito ao valor dos bens em jogo: esta causa de excludente de ilicutude só é aceita quando o bem protegido possui valor igual ou superior ao bem sacrificado (o que ocorre no caso em questão).No entanto, o estado de necessidade só afastará o crime se a discriminante putativa era ineviável, sendo que ao meu ver tal erro imaginário de José não seja justificável. 

Por sua vez, em relação à inexigibilidade de conduta diversa deve ser feitas as seguintes considerações: para que tal causa de afastamento da culpabilidade seja averiguada faz-se necessário analisar as condições pessoas do autor, como, por exemplo, a sua condição de escolaridade, a cultura na qual o agente está inserido, até mesmo a suas condições economicas, sempre com o objetivo de determinar se, devido a tais condições, poderia ser exigido do sujeito ativo outra conduta (aquela que está em conformidade com o direito). Observando o caso em tela percebe-se que José vive na zona rural, logo, presumo eu que o seu nível de escolaridade não permite que ele saiba distinguir entre sintomas de meningite descritos num comercial de TV e os sintomas de uma gripe comum, logo, sem embargos, não é possível exigir que José tome outra conduta a não ser aquele que ele perpetrou, uma vez que cometeu o engodo de pensar que seu filho estava correndo risco de vida devido a sua falta de conhecimento.

Ao meu ver, trata-se de estado de necessidade putativo. No qual, José, pensando que a vida de seu filho realmente corria perigo, e não tendo qualquer outro meio, ameaçou seu vizinho para que levasse seu filho ao hospital. Assim aplicando-se a regra do art. 20, §1º do Código Penal, isentando-o de pena.