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Qual a diferença entre constitucionalismo e o neoconstitucionalismo?

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Patricia Souza

constitucionalismo é a teoria que busca explicar a formação e organização dos Estados, limitando o poder dos governantes e criando uma estrutura político-social de uma comunidade. Após o constitucionalismo, surgiu o chamado NEOCOSTITUCIONALISMO, o que se vê sobre o tema é uma evolução natural do constitucionalismo, onde procura não apenas garantir os direitos fundamentais do homem, mas também a forma que deve ser concretizadas esses direitos.

Espero ter ajudado!!

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DLRV Advogados

O termo Constitucionalismo pode assumir diferentes acepções. Na primeira delas, seria uma contraposição ao absolutismo e ao arbítrio do poder do Estado.

Para essa corrente, o constitucionalismo pode ser dividido em 4 grandes fases:

  • Constitucionalismo antigo:

Primeira experiência constitucional, vivida entre os hebreus, na Grécia antiga, Roma e Inglaterra.

  • Constitucionalismo clássico ou liberal:

Cuja característica marcante é o surgimento das constituições escritas; nelas são consagrados os direitos fundamentais de primeira geração.

  • Constitucionalismo moderno:

Surge no fim da I Guerra Mundial e caracteriza-se pela consagração dos direitos sociais (direitos fundamentais de segunda geração).

  • Constitucionalismo contemporâneo ou neoconstitucionalismo:

O Neoconstitucionalismo tem como marco histórico o pós-guerra (2ª Guerra Mundial), e traz traços filosóficos do Pós-Positivismo. No Neoconstitucionalismo houve a adoção de uma nova hermeneutica constitucional, na qual a Constituição é vista como dotada de força normativa, houve ampliação da jurisdição constitucional, e dos direitos fundamentais.

O Neoconstitucionalismo consiste em um estilo mais aberto de raciocinar o direito, uma retórica e argumentação mais abrangente, a ponderação sobre a razão, os princípios se sobrepõe as regras, a Constituição como centro do ordenamento jurídico, a reaproximação entre o direito e a moral e como reflexo direto o judiciário concentrando um papel mais expressivo na sociedade, havendo o fenômeno chamado de constitucionalização das decisões.

Segundo Daniel Sarmento, “a percepção de que as maiorias políticas podem perpetrar ou acumpliciar-se com a barbárie, como ocorrera no nazismo alemão, levou as novas constituições a criarem ou fortalecerem a jurisdição constitucional, instituindo mecanismos potentes de proteção dos direitos fundamentais mesmo em face do legislador. Sob esta perspectiva, a concepção de Constituição na Europa aproximou-se daquela existente nos Estados Unidos, onde, desde os primórdios do constitucionalismo, entende-se que a Constituição é autêntica norma jurídica, que limita o exercício do Poder Legislativo e pode justificar a invalidação de leis. Só que com uma diferença importante: enquanto a Constituição norte-americana é sintética e se limita a definir os traços básicos de organização do Estado e a prever alguns poucos direitos individuais, as cartas europeias foram, em geral, muito além disso.”

As mudanças trazidas pelo neoconstitucionalismo, portanto, permitem um controle mais eficaz ao poder das maiorias eventuais, e reduzem as chances de grupos radicais colocarem em prática idéias que afetam determinados grupos sociais.

Para outros doutrinadores, no entanto, o Constitucionalismo seria a denominação atribuída a um movimento político-jurídico-social que ocorrera em uma época específica da humanidade, que causou a evolução do conceito de Constituição, de seu conteúdo e do detentor do poder nos Estados.

A referida evolução ocorreu quase que simultâneamente em duas frentes diversas. Uma na França, e outra nos Estados Unidos, sendo certo que ambas concorreram para a formação da idéia atual de Constituição.

Na Europa o constitucionalismo teve início com a revolta burguesa, detentora do poder econômico, contra o absolutismo monarquico, onde todo poder político se concentrava nas mãos do monarca. Munidos do arcabouço teórico dos pensadores iluministas e contratualistas (Locke, Hobes e Rousseau) e dos ideais de Estado de Montesquieu, a burguesia passou a pressionar a monarquia, o que culminou com a revolução francesa e, logo após, com a proclamação da nova Constituição Francesa, a primeira que trazia apenas normas de organização do Estado e direitos e garantias de primeira geração (liberdades individuais).

Nos Estados Unidos o movimento ocorreu de forma diversa. Ao se tornarem independentes da Inglaterra, os estados se reuniram e optaram, na Convenção da Filadélfia, por produzir uma Constituição. Adotaram um Estado Federado Republicano, tendo o consitucionalismo evoluido para garantir direitos já conquistados (civis e políticos) e para a implantação de direitos econômicos e sociais e direitos de igualdades.

Tais movimentos afirmaram a supremacia do indivíduo, a necessidade de limitação do poder dos governantes, bem como a racionalização do poder.

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