Na teoria geral do dolo, há duas grandes teorias:
Teoria finalista: esta teoria é adotada pelo ordenamento penal brasileiro. Para ela, o dolo, denominado de natural, configura-se como elemento subjetivo do tipo penal, diretamente carreado a conduta e composto por dois elementos básicos: vontade e consciência. Logo, há o dolo natural quando ficar claro que o agente possuía uma vontade consciente de praticar uma conduta para alcançar um determinado resultado, pouco importando se este agente sabia que o resultado a ser alcançado era ilícito. Ademais, a verificação da potencial consciência da ilicitude não deve ser feita na analise do tipo, mas sim, no momento da observação da culpabilidade.
Teoria neokantista: esta teoria não foi recepcionada pelo nosso ordenamento penal. Segundo ela, o dolo, denominado de normativo, híbrido ou colorido, não integra o tipo, mas sim a culpabilidade. Para os seguidores deste posicionamento doutrinário, o reconhecimento do dolo demandaria da identificação de três elementos: vontade, consciência e discernimento quanto a ilicitude do resultado que pode ser alcançado. Assim, no dolo normativo, o agente possui uma vontade consciente de praticar uma conduta objetivando alcançar um resultado que sabe ser ilícito.
Diante disso, pergunta-se, o dolo tem cor? Considerando que o direito penal brasileiro adota o dolo natural (e não o dolo normativo) conclui-se que o dolo não tem cor, pois como no finalismo penal o dolo é separado da consciência da ilicitude (o dolo é natural), o dolo é neutro, acromático.
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