Possui natureza constitutiva negativa, na medida em que seu objeto é a restauração da ordem jurídica com a retirada da norma contaminada por vício de inconstitucionalidade, mas, produz efeitos puramente declaratórios, semelhantes aos de decisão procedente de ação declaratória de constitucionalidade, quando é julgada improcedente e reconhece a compatibilidade da norma com a Constituição.
A decisão que declara a inconstitucionalidade de uma lei ou um ato normativo tem natureza declaratória, e produz efeitos ex tunc, via de regra.
O STF, bem como a maioria da doutrina nacional, adotou, por influência do direito norte-americano, a teoria da nulidade ao se declarar a inconstitucionalidade lei ou ato normativo. A natureza jurídica da decisão que torna a lei ou ato normativo inconstitucional tem caráter declaratório, apenas reconhecendo uma situação pretérita, já que o vício é de nascimento.
Importante mencionar que o vício de inconstitucionalidade é, em regra, aferido no plano de validade. A decisão que declara a inconstitucionalidade produz efeitos ex tunc (retroativos), ou seja, a lei inconstitucional é ato nulo sendo os atos praticados com base nessa lei inconstitucional, atingindo no berço.
Como a adoção da teoria da nulidade surgiu o receio, entre os estudiosos, com relação a situações em que o rigor na aplicação causariam muitos danos. Passou-se a enxergar diversas situações nas quais a declaração de inconstitucionalidade e seu efeito ex tunc seriam inadequados, já que exitem outros princípios constitucionais a serem observados tais como o principio da segurança jurídica e o da boa-fé.
Devido a isso, desenvolveu-se o sistema de nulidade absoluta se permitindo a chamada modulação temporal dos efeitos declaração de inconstitucionalidade, isto é, apesar de a regra ser o efeito ex tunc, ocorrerão oportunidades em que os efeitos aplicados serão ex nunc, ou seja, de agora em diante ou nunca retroage ou, até, pode haver uma decisão com efeito pro-futuro, ou seja, o tribunal pode fixar um momento futuro para que aquela declaração produza efeitos.
Tinhamos diferenças também quando comparavamos os efeitos das decisões proferidas em sede de controle concentrado e controle difuso.
No controle concentrado, a decisão, via de regra, produz efeitos erga omnes e vinculantes. No difuso, produzia efeitos inter partes e não vinculantes.
Isto mudou em 2017. O STF, em julgamento da ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ adotou a chamada "teoria da abstrativização do controle difuso" para seus julgados.
"Se uma lei ou ato normativo é declarado inconstitucional pelo STF, incidentalmente, ou seja, em sede de controle difuso, essa decisão, assim como acontece no controle abstrato, também produz eficácia erga omnes e efeitos vinculantes. O STF passou a acolher a teoria da abstrativização do controle difuso. Assim, se o Plenário do STF decidir a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, ainda que em controle difuso, essa decisão terá os mesmos efeitos do controle concentrado, ou seja, eficácia erga omnes e vinculante. Houve mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88. A nova interpretação deve ser a seguinte: quando o STF declara uma lei inconstitucional, mesmo em sede de controle difuso, a decisão já tem efeito vinculante e erga omnes e o STF apenas comunica ao Senado com o objetivo de que a referida Casa Legislativa dê publicidade daquilo que foi decidido.
STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 29/11/2017 (Info 886)."
Fontes:
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7629
www.cletogomes.adv.br/artigos-pdf/artigo-mar-2012.doc
https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2017/12/info-886-stf.pdf
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