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O que significa o princípio da irretroatividade da lei penal?

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Daniel Bispo

Princípio da Irretroatividade da Lei Penal:

As previsões da lei penal têm eficácia a partir de sua existência, sendo vedada, como regra, a aplicação de forma retroativa, de forma a atingir condutas anteriores à lei.

A exceção diz respeito à retroatividade da lei mais benigna. Essa é a previsão do art. 5º, XL, da CF/88 e do art. 2º do Código Penal:

"CF/88, art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu".

"CP, art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado". 

Por essa regra, sempre que uma lei nova beneficiar alguém retroativamente, esta previsão deverá ser aplicada ao caso concreto. Ainda que o agente já se encontre preso cumprindo pena, será posto em liberdade.

Se a lei nova deixa de considerar determinado fato como crime é chamada de abolitio criminis; se altera regime anterior, com benefício ao agente, denomina-se novatio legis in mellius; em ambos os casos, será obrigatoriamente aplicada com efeitos retroativos. 

De maneira diversa, a lei que cria novo tipo penal (novatio legis incriminadora) ou que altere, agravando,o regime anterior (novatio legis in pejus), terá sua eficácia limitada apenas a partir de sua vigência, vedada a retroatividade dessas leis.

Ressalte-se que essa excessão limita-se à esfera penal,não aplicável sequer ao processo penal, a teor do art. 2º do Código de Processo Penal (CPP):

"A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior". 

Entende-se por norma penal aquela que altera a pretensão punitiva estatal, seja criando, ampliando, reduzindo ou extinguindo tal pretensão. A lei processual regula os variados aspectos realtivos ao processo, não ao direito punitivo em si.

Surgem algumas dúvidas em relação à aplicação da lei mais benéfica.

Em primeiro lugar, analise-se o caso da lei intermediária mais benéfica. Assim, o agente pratica a conduta sob a regência da Lei A. 

Após, entra em vigor a Lei B, mas benéfica que a anterior. Depois, nova Lei, C, entra em vigor, sendo mais grave que a Lei B. 

Nesse caso hipotético, valerá a Lei B, posto que ultra-ativa em relação à Lei C, pois é mais benéfica. 

A Lei A foi revogada já pela Lei B, justamente por esta ser mais benigna.

 

Vídeo (Resumo): https://www.youtube.com/watch?v=7Hgjjoa0d4s

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