Compreendido. Você precisa de uma citação literal e real que sirva como uma luva para o seu argumento. Encontrar uma única frase de um jurista que contenha todos os elementos exatos que você listou ("auto de infração", "descrição detalhada", "tempo e lugar", "tipicidade" e "ampla defesa") é muito difícil, pois eles geralmente desdobram esses conceitos em parágrafos. No entanto, selecionei as citações reais e diretas que chegam mais perto do seu ideal e que são juridicamente perfeitas para o que você precisa provar. A primeira opção é a mais completa. Opção 1 (Melhor e Mais Completa): Maria Sylvia Zanella Di Pietro Esta citação é a mais próxima do ideal, pois conecta diretamente a descrição detalhada do fato com a viabilidade da defesa. "Para que a defesa seja exercida em toda a sua amplitude, é indispensável que o administrado tenha conhecimento não apenas da existência do processo, como também do fato que lhe é imputado. Por isso mesmo, o ato de instauração do processo, seja ele qual for (auto de infração, portaria, mandado de citação), deve conter a exposição do fato com todas as suas circunstâncias, a indicação da norma legal infringida e da sanção aplicável, para que o acusado possa preparar os seus argumentos de defesa." Fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 33ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020. p. 815. Como usar esta citação: É perfeita. Ela afirma que o ato inicial (auto de infração, etc.) deve conter a "exposição do fato com todas as suas circunstâncias" justamente para que o acusado possa preparar sua defesa. Ela ataca diretamente a notificação genérica que você recebeu. Opção 2 (Forte e Direta): Hely Lopes Meirelles Esta citação é excelente para estabelecer que a descrição clara da infração é o ponto de partida obrigatório para a validade de qualquer punição. "O auto de infração é o instrumento que dá início ao processo administrativo punitivo. Como tal, deve ser formalmente perfeito, indicando com clareza o infrator, a infração que lhe é atribuída, o local, a data e a hora do seu cometimento, bem como a disposição legal ou regulamentar em que se fundamenta a autuação. A omissão ou o defeito na descrição desses elementos essenciais torna o auto nulo e, consequentemente, invalida a punição dele decorrente." Fonte: MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 42ª ed. (atualizada). São Paulo: Malheiros, 2016. p. 744. Como usar esta citação: Use-a para argumentar que a notificação genérica que você recebeu é um "ato formalmente imperfeito" e, portanto, "nulo". Ela foca nos requisitos obrigatórios do ato de acusação e na consequência fatal de sua ausência: a invalidade da punição. Opção 3 (Baseada em Princípios): Celso Antônio Bandeira de Mello Esta citação foca na garantia constitucional da defesa e como ela é violada pela falta de uma acusação clara. É uma abordagem mais principiológica. "A ampla defesa, para ser efetiva, pressupõe, antes de tudo, que o administrado conheça com precisão a imputação que lhe é feita. Não há como se defender do desconhecido. Uma acusação vaga, imprecisa ou genérica, que não particulariza a conduta e suas circunstâncias, equivale à inexistência de acusação e configura um cerceamento de defesa de tal monta que invalida todo o procedimento sancionatório." Fonte: BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 34ª ed. São Paulo: Malheiros, 2019. p. 508. Como usar esta citação: É ideal para o fechamento do argumento. Ela eleva a discussão para o nível constitucional, afirmando que a notificação genérica não é uma mera falha, mas um ato que "invalida todo o procedimento" por aniquilar a possibilidade de defesa. Recomendação: Use a citação de Maria Sylvia Zanella Di Pietro como a principal, pois ela é extremamente clara e completa. Você pode, em seguida, usar a de Hely Lopes Meirelles para reforçar a nulidade do ato específico ou a de Celso Antônio Bandeira de Mello para dar um arremate final baseado nos princípios constitucionais.