Em relação ao ensino é incorreta: a) as concepções, ou a forma como percebemos o mundo, a sociedade e o estudante, podem ser determinantes na forma como entendemos o ensino. Por isso, alguns podem definir ensino como o ato de transmitir, repassar ou doar saberes a outrem. Por outro lado, dar o que se sabe, ou doar saber, ou ensinar, como se queira, pode ocorrer em diversas situações: posso ensinar uma pessoa a fazer uma receita, ou ainda ensinar o caminho até o mercado. Tal ato requer apenas que eu conheça a receita ou o caminho até o mercado. b) o aprendizado não é automático, pois as vezes, a receita pode envolver elementos que são desconhecidos (como a medida de um copo americano, por exemplo) e a falta de conexão entre esses elementos impede que se constitua a aprendizagem, mesmo que a receita tenha sido ensinada. Logo, quando repasso um conhecimento a outro, isso não implica em assimilação automática ou que o objeto passe a ser do outro, ou mesmo que esse outro saiba o que fazer com esse objeto. Transmitir não significa que eu ensinei, mas apenas que dei o que eu sabia a outro, e para que esse outro possa ressignificar o objeto e fazê-lo seu, é preciso ensino. c) o ensinar vai além de aspectos meramente técnicos e/ou operacionais. Dessa forma, não basta repetir o que se sabe, mas é preciso empreender esforços para que o outro, a seu modo e como consequência do ato de ensinar, também venha a saber o que se pretende ensinar. Logo, é preciso que desse ensino resulte aprendizagem para o aprendiz, assim, fazendo uso das palavras de Scheffler: “ensinar pode ser caracterizado como uma atividade […] que visa promover a aprendizagem e que é praticada de modo a respeitar a integridade intelectual do aluno e a sua capacidade para julgar de modo independente” (Scheffler, 1967 citado por Gottschalk, 2012). d) ao ensinar, não se pode esperar que o outro absorva pura e simplesmente as palavras ditas e, dessas, nasça conhecimento. Para que se produza conhecimento a partir do ensino, não se recomenda considerar o modo d