Questão 08 No discurso do senso comum e nas narrativas conservadoras, é usual a ideia do “descobrimento do Brasil”, evento que significou a incorporação das terras americanas ao colonialismo português, independente das aspirações, visões de mundo e cosmologias das populações nativas ou egressos da diáspora africana, trazidos para a América portuguesa de forma igualmente brutal. Tendo isso em mente, leia os textos a seguir. “[...] O século XVI veria perpetrar-se o maior genocídio da história da humanidade. Mas não é unicamente por ser um encontro extremo, e exemplar, que a descoberta da América é essencial para nós, hoje. Além deste valor paradigmático, ela possui outro, de causalidade direta. A história do globo é, claro, feita de conquistas e derrotas, de colonizações e descobertas dos outros; mas, como tentarei mostrar, é a conquista da América que anuncia e funda nossa identidade presente. Apesar de toda data que permite separar duas épocas ser arbitrária, nenhuma é mais indicada para marcar o início da era moderna do que o ano de 1492, ano em que Colombo atravessa o oceano Atlântico.” (TODOROV, 2009, p. 5) TODOROV, T. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martins Fontes, 2009. Agora, analise as afirmações a seguir. I. Assim como as viagens de Colombo, a “descoberta” do Brasil ajuda a entender o surgimento da modernidade enquanto um processo de genocídio e etnocídio das populações nativas, assim como os contingentes afrodiaspóricos. II. É exagero, dado a consciência daquela época, seu “espírito”, afirmar que houve genocídio americano. Por mais brutal que tenha sido a conquista americana, genocídio é um termo ligado a valores contemporâneos, não podendo ser utilizado para a compreensão de outros fenômenos culturais e históricos, como o caso americano. III. Todorov e outros pesquisadores do século XX entendem a conquista americana dentro de um processo de constituição da modernidade. Esse processo fora realizado de forma brutal contra populações não europeias, caracterizando verdadeiros m