Nas últimas décadas, o discurso político-criminal brasileiro tem sido fortemente influenciado por uma lógica de intensificação penal conhecida como movimento Lei e Ordem. Embasado em estratégias repressivas e na promessa de combate eficaz à criminalidade, esse movimento costuma ser impulsionado por momentos de comoção social, aumento da insegurança urbana e agendas políticas voltadas à manutenção da ordem pública. No entanto, a ênfase em medidas de endurecimento penal, como o encarceramento em massa, o uso ostensivo das forças policiais e o recrudescimento legislativo provoca tensões evidentes com princípios constitucionais basilares, especialmente em relação à dignidade da pessoa humana, à presunção de inocência e à função ressocializadora da pena. Considerando os impactos dessa lógica punitivista sobre os direitos fundamentais e a estrutura do Estado Democrático de Direito, assinale a alternativa correta: O movimento Lei e Ordem fundamenta-se na teoria do garantismo penal, buscando equilibrar repressão estatal com salvaguarda dos direitos individuais em sociedades democráticas. A política penal inspirada no movimento Lei e Ordem tende a ampliar o acesso à justiça e fortalecer mecanismos de ressocialização, especialmente para grupos em situação de vulnerabilidade social. O discurso de Lei e Ordem privilegia a prevenção social da criminalidade por meio do fortalecimento das políticas públicas e da redução das desigualdades estruturais. A lógica repressiva do movimento Lei e Ordem, ao enfatizar o endurecimento penal e o encarceramento em massa, frequentemente entra em conflito com princípios constitucionais como a dignidade da pessoa humana e a presunção de inocência. O modelo Lei e Ordem tem como principal referência teórica a criminologia crítica, ao propor a desconstrução do sistema penal como estratégia de enfrentamento da criminalização seletiva.