O empresário Claudio Peixoto de Andrade, casado, no regime de separação total de bens, com a funcionaria publica federal Ivonete Pereira do Nascimento. No dia 13/06/2014, por sentença judicial transitada em julgado, o empresário foi considerado incapaz, por haver contraído uma enfermidade que o impede de expressar sua vontade. Quem e de que modo poderá dar continuidade ao empreendimento do empresário? Justifique sua Resposta.
Por força do artigo 974 do CC, existe a possibilidade do próprio incapaz continuar a empresa que já exercia enquanto capaz.
A incapacidade superveniente, como na questão acima, é uma das hipóteses do incapaz exercer a empresa, óbivio, que somente pode faze-lo por meio de representante ou assistente legal.
Este tutor ou curador deverá ser pessoa diferente de seu conjuge, Ivonete, uma vez que a mesma tem impedimento legal por ser funcionária pública.
Existe ainda a possibilidade da própria Ivonete ser a curadora e investir alguém como "administrador" da empresa de Cláudio.
A solução para esse caso está prevista no artigo 974, do Código Civil:
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.
§ 3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos:
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade;
II – o capital social deve ser totalmente integralizado;
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais.
Sendo assim, o próprio Claudio, desde que representado ou assistido por seus pais ou pelo autor da herança, poderá continuar ao empreendimento.
Entretanto, conforme previsto no parágrafo 1º, deverá haver autorização judicial para a continuidade do empreendimento.
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