A puberdade é o processo biológico por meio do qual a criança se torna um adulto com funções reprodutivas. Caracteriza-se pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e pela aceleração do crescimento, culminando, por fim, com a aquisição de capacidade reprodutiva. Ao nascimento, o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal está ativado, com níveis elevados do hormônio luteinizante (LH), do hormônio folículo estimulante (FSH) e dos esteroides sexuais. É por isso que, nos primeiros dois anos de vida, podemos dizer que o lactente está em uma “minipuberdade”, sendo os níveis de testosterona de meninos de dois a quatro meses de vida comparáveis aos níveis de homens adultos. Já em meninas, a produção gonadotrófica pode permanecer elevada até os dois anos de idade. Durante a infância, ocorre uma queda dos esteroides sexuais e, devido à grande sensibilidade da hipófise ao feedback negativo, inicia-se a fase de quiescência, que dura até os 6 e 8 anos de idade. Na adolescência, ocorre a desinibição dos neurônios hipotalâmicos secretores do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), aumentando os pulsos noturnos de GnRH pelo hipotálamo e, com isso, a produção hipofisária de LH e FSH. Os hormônios hipofisários, por sua vez, ativam a produção de esteroides sexuais pelas gônadas. O LH no ovário estimula a produção de andrógenos pelas células da teca, que são aromatizados em estrógenos por ação da aromatase estimulada pelo FSH nas células da granulosa. No sexo masculino, o LH estimula a síntese e a secreção de testosterona pelas células de Leydig, enquanto o FSH atua na espermogênese. A produção estrogênica é principalmente de estradiol, que atua sobre o útero e as mamas, aumentando