A constatação de que “Essa aliança refletiu-se numa política de terras que incorporou concepções rurais tanto feudais como mercantis” justifica-se pela complexidade da política de terras durante a colonização brasileira. Essa política permitiu a coexistência de diferentes modelos de produção e propriedade, como: 1. Pequenos Proprietários: A formação de uma camada de pequenos proprietários que produziam para o mercado interno, refletindo uma concepção mais mercantil. 2. Monocultura Exportadora: A orientação para o uso da terra voltada para a monocultura, especialmente de produtos como açúcar e café, que eram destinados à exportação, evidenciando a influência de práticas mercantis. 3. Hierarquia Nobiliárquica: A estrutura de propriedade de terras que estabelecia uma hierarquia, com grandes latifundiários, refletindo características feudais. 4. Cessão de Terras: A prática de cessão vitalícia do usufruto das terras, que continuavam sendo propriedade da Coroa, mostra a combinação de controle feudal com a necessidade de estimular a produção. 5. Impacto sobre os Indígenas: O confisco das terras comunais dos indígenas também ilustra a imposição de um modelo de propriedade que desconsiderava as práticas tradicionais. 6. Agricultura de Subsistência e Exportação: A coexistência da agricultura de subsistência com a agricultura voltada para a exportação, especialmente nas regiões Norte e Centro-Sul, demonstra a diversidade de práticas agrícolas. Esses elementos mostram como a política de terras no Brasil colonial foi uma mescla de conceitos feudais e mercantis, adaptando-se às necessidades econômicas e sociais da época.