O que se entendem por elementos extrínsecos e intrínsecos do contrato?

Orlando Gomes conceitua os pressupostos (requisitos ou elementos) contratuais como "as condições sob as quais se desenvolve e pode desenvolver-se o contrato". Dispõe ainda que os pressupostos se dividem em:

• Extrínsecos: devem estar presentes no momento em que o contrato se realiza ou alcança seu vigor, sendo:

1. Capacidade das partes: as partes a fim de celebrar contrato devem possuir capaz de fato para exercer os atos da vida civil. Os absolutamente incapazes (art. 3º, do CC) e os relativamente incapazes (art. 4º, do CC) necessitam de serem representados para que possam exercer os atos da vida, pois se não forem representados os atos praticados pelos absolutamente incapazes são nulos e os prticados pelos relativamente incapazes são anuláveis, ou seja, o contrato celebrado possuiá vícios relativas a capacidade das partes.
2. Idoneidade do objeto: o objeto do contrato deve ser lícito ("A" não pode contratar "B" para matar "C"), possível (não pode vender terreno no ceú), determinado ou determinável (certa quantia em dinheiro) e de valoração econômica (viabiliza a responsabilidade patrimonial do inadimplemento).
3. Legitimação para realizá-lo: parecida com a capacidade, mas não se confundem. Trata-se do interesse ou autorização para agir em certos contratos previstos em lei. A parte pode ser capaz, mas pode não ter legitimidade para agir em caso específico, ex: o tutor não pode compar bens do órfão; o cônjuge não pode vender uma casa sem autorização do outro cônjuge.

• Intrínsecos: são elementos complementares considerados indispensáveis à validade de qualquer contrato, sendo:

1. Consentimento: a vontade da parte de celebrar o contrato além de ser livre e séria, deve corresponder com o conteúdo, pois se não haverá vício de consentimento podem gerar nulidade ou anulação do contrato
2. Causa: Orlando Gomes conceitua a causa de três modos diversos: função econônica-social do contrato, resultado jurídico objetivo que os contratantes visam a obter quando o estipulam e razão determinante da ação que move as partes a celebrar determinado contrato. Entretanto a diversas controvérsias sobre o conceito de causa.
3. Objeto: trata-se do conjunto dos atos que as partes se comprometeram a praticar devendo ser lícito, possível e determinado ou determinável.
4. Forma: em regras geral os contratos podem ser celebrados por qualquer forma, inclusive verbalmente, em face à autonomia da vontade. Entretanto possui exceções, como o contrato de doação de coisas valiosas e o de venda de imóvel.

O autor Orlando Gomes estabelece a divisão dos requisitos de validade do contrato em extrínsecos e intrínsecos, da seguinte forma:

Considera como extrínseco ao contrato os “pressupostos (...) condições sob as quais se desenvolve e pode desenvolver-se o contrato”. São eles a capacidade para contratar (conforme disposto nos art.3º e 4º do CC), a idoneidade do objeto (precisa ser lícito, possível, determinado e determinável) e a legitimidade das partes para tanto (posição da parte em relação ao objeto ou relação do contrato).

Já os requisitos intrínsecos, para o Autor, são os requisitos de validade do contrato, a saber, o consentimento (sem vícios), a causa (função econômico-social do contrato), o objeto (atos que as partes assumiram praticar) e a forma (prescrita, se exigida em lei).