Celina pretende fazer a doação de um imóvel no valor de 300 mil reais a seu filho mais velho, Murilo. Pretende incluir no contrato as seguintes cláusulas:
1 – Que o imóvel não seja comunicado à esposa de Murilo.
2 – Que Murilo receba o imóvel sob o encargo de construir no imóvel um oratório em homenagem à Santa Eleonora.
3 – Que a doação seja oriunda da parte disponível da herança de Celina.
4 – Que, enquanto Celina for viva, ela possa usufruir do imóvel, colhendo seus frutos.
Celina o procura, como advogado, para elaborar o contrato nos termos por ela indicados, apontando também todos os direitos e obrigações pertinentes.
1) Nada impede que o bem doado se comunique com a esposa do donatário, ou seja, que passe a pertencer tanto ao donatário quanto à sua esposa, já que a doação é ato de liberalidade. Ao fim e ao cabo, o que Celina estará fazendo, na verdade, é doando um bem para suas pessoas:
CC/02, art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
(...) Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual.
Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo.
2) A cláusula é válida, constituindo um encargo da doação e deve ser cumprida pelo donatário:
CC/02, art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral.
3) Considerando que Murilo (donatário) é filho de Celina (doadora), o bem doado será considerado adiantamento de legítima:
CC/02, art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
4) Nada impede que Celina reserve para si o usufruto do imóvel doado.
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Direito Civil Contratos e Direitos Reais para Concurso Publico
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