Quais são os reflexos da fixação do termo legal frente aos credores cujos créditos e garantias ainda não foram objetos de demanda judicial? Fundamentação com artigo.
O presente estudo visa analisar os efeitos da recuperação judicial, que é instituto do Direito Empresarial, especificamente sobre os créditos garantidos por cessão fiduciária de direitos creditórios futuros, a partir da aplicação do §3º, do artigo 49, da Lei nº 11.101/05, que regula a recuperação judicial e extrajudicial de empresas, bem como o processo de falência de empresários e sociedades empresárias. Para isso, serão analisadas as perspectivas doutrinárias e jurisprudenciais sobre o tema, considerando os efeitos do enquadramento ou não dos créditos desta qualidade à previsão legal. O presente trabalho foi estruturado de modo a permitir, de início, uma visualização panorâmica de todos os institutos que permeiam a discussão, sejam aqueles próprios do Direito Empresarial, sejam aqueles típicos do Direito Civil, e, após, um estudo de todos os posicionamentos sobre a questão no âmbito doutrinário e nos mais importantes tribunais do país.
A fixação do termo legal, que ocorre na sentença que decreta a falência do devedor, reflete nos credores de diversas maneiras, tendo em vistas os seguintes artigos da Lei de Falência:
Art. 77. A decretação da falência determina o vencimento antecipado das dívidas do devedor e dos sócios ilimitada e solidariamente responsáveis, com o abatimento proporcional dos juros, e converte todos os créditos em moeda estrangeira para a moeda do País, pelo câmbio do dia da decisão judicial, para todos os efeitos desta Lei.
Art. 115. A decretação da falência sujeita todos os credores, que somente poderão exercer os seus direitos sobre os bens do falido e do sócio ilimitadamente responsável na forma que esta Lei prescrever.
Art. 116. A decretação da falência suspende:
I – o exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação, os quais deverão ser entregues ao administrador judicial;
II – o exercício do direito de retirada ou de recebimento do valor de suas quotas ou ações, por parte dos sócios da sociedade falida.
Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê.
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