Para entender como August Comte contribuiu para a Sociologia, devemos entender um pouco sobre a sua forma de pensar. Então, vamos lá.
Grosso modo, August Comte (1798-1857) propôs que a ciência passou por 3 estágios: Teológico, cujas explicações dos fenômenos encontrava-se nos deuses; Metafísico, no qual entidades abstratas tomaram o lugar desses deuses. P.ex., a pedra cai porque é “intrínseca à sua natureza” cair, i.e., buscar seu lugar natural. Por fim, o último estágio, que nos interessa aqui:
“Finalmente, no estágio positivo, o espírito humano, reconhecendo a impossibilidade de obter noções absolutas, renuncia a procurar a origem e o destino do universo e a conhecer as causas íntimas dos fenômenos, para dedicar-se unicamente a descobrir, utilizando o raciocínio e a observação bem combinados, suas leis efetivas, quer dizer, suas relações invariáveis de sucessão e semelhança. A explicação dos fatos, reduzida aos seus termos reais, não será daqui para frente outra coisa que não a coordenação estabelecida entre os diversos fenômenos particulares e alguns fatos gerais, os quais as diversas ciências têm que limitar ao menor número possível.”. (Comte, 1830-1842; pp. 34-35).
Esse último estágio marcou o século XIX (O positivismo). As ciências da natureza, bem como a matemática, eram o espelho cujas ciências humanas deveriam olhara a fim de evoluir. A metodologia dessas ciências era o ideal científico a ser alcançado.
Comte acreditava que o universo social, assim como o universo físico, era regido por leis universais, cuja apreensão dava-se pela observação direta. Destarte, o cientista social tinha que observar objetivamente a sociedade e descrever essas leis. A sociologia surgiu com ele, sob a alcunha de “física social”, e foi desenvolvida posteriormente por Durkheim.
Durkheim (1858-1917) descreve essa metodologia em seu livro “As Regras do método Sociológico” (1895), no qual recomenda “tratar os fatos como coisas”. Olhar para a sociedade tal como um biólogo olha para uma célula, mantendo um certo distanciamento, ser o mais objetivo possível. Esse espírito positivo – com empirismo, descritivíssimo, relativismo e objetivismo (só para citar alguns) – trazido por Comte (não somente por ele, claro, mas teve nele o ápice) influenciou por demais o desenvolvimento das ciências humanas e, portanto, a sociologia.
Referências:
Do Renascimento à Pós-modernidade - Gilbert Hottois, 2002, 3º Edição.
Psicologia Social: Perspectivas Psicológicas e Sociológicas - José Luis Alvaro e Alicia Garrido, 2007, 2º Edição.
As Regras do Método Sociológico – Emile Durkheim, 2007, 3º Edição (Editora Martins Fontes).
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