CORREÇÃO PERGUNTA:
Navios e aeronaves são bens moveis ou imóveis considere na sua resposta o art. 1473 CC e o art. 138 CBA.
Uma dúvida jurídica muito usual é acerca da natureza jurídica dos navios e das aeronaves.
O dilema é muito simples: tais bens são móveis, na forma do art. 82 do CC, segundo o qual “São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação”.
Juridicamente falando, “A aeronave é bem móvel registrável para o efeito de nacionalidade, matrícula, aeronavegabilidade, constituição de hipoteca, publicidade e cadastro geral”, na forma do art. 106, parágrafo único, do Código Brasileiro de Aeronáutica, vale dizer, da Lei Federal nº 7.565/86. Quanto aos navios, a Lei Federal de nº 7.652/88 disciplina a hipótese, esclarecendo que tais bens são móveis.
Sendo móveis, porque os navios e as aeronaves não se submetem à garantia do penhor, típica dos bens móveis, mas sim da hipoteca?
A curiosidade surge porque tais bens podem ser objeto de hipoteca. Isto é autorizado pelos incisos VI e VII do art. 1.473 do CC. Mas a hipoteca não seria uma garantia envolvendo os imóveis?
Não necessariamente.
A hipoteca é um direito real de garantia sobre a coisa alheia, oponível erga omnes (contra todos), cujo objeto será imóveis, navios e aeronaves, conforme arts. 1.473 a1505 do CC.
Na hipoteca a posse do bem continuará com o seu proprietário. Esta é uma informação importante à pergunta acima formulada.
Os sujeitos da hipoteca são o devedor hipotecante, vale dizer a pessoa que oferta o bem hipotecável em garantia, que poderá ser terceiro ou mesmo o devedor e, finalmente, o credor hipotecante, ou seja, aquele que irá se beneficiar da preferência sobre este bem.
Clóvis Beviláqua conceituava a hipoteca como sendo um “direito real, que recai sobre imóvel, navio ou aeronave, para garantia de qualquer obrigação de ordem econômica, sem transferência da posse do bem gravado, com o credor”, disto não destoando Maria helena Diniz para quem “A hipoteca é um direito real de garantia que grava coisa imóvel ou bem que a lei entende por hipotecável, pertencente ao devedor ou a terceiro, sem a transmissão de posse ao credor, conferindo a este o direito de promover a sua venda judicial, pagando-se preferentemente, se inadimplente o devedor”.
A hipoteca de navios e aeronaves, como visto, é prevista no Código Civil. E quando assim o faz, a legislação cível permite a hipoteca de bens móveis como situação excepcional.
Por qual motivo? Para que não haja a perda da posse dos referidos bens.
A legislação opta por inserir a situação jurídica dos navios e das aeronaves, diante desta peculiaridade relativa à ausência da perda da posse, na disciplina jurídica da hipoteca (CC, art. 1.473, incisos VI e VII).
A Lei Federal nº 7.632/88 impõe o registro da hipoteca no Tribunal Marítimo, a fim de se dar oponibilidade erga omnes à referida garantia. Também há de se referir à Lei Federal nº 7.565/86 – Código Brasileiro de Aeronática, a prever o registro perante o Registro Aeronáutico Brasileiro.
Portanto, o legislador foi sábio ao inserir os navios e as aeronaves na garantia da hipoteca e, com isto, permitir a manutenção da posse direta de tais bens com o próprio devedor, ou garantidor, prestigiando a economia, a circulação de riquezas e a função social da propriedade.
Lei N° 7.652 03/02/1988
"Art. 12. O registro de direitos reais e de outros ônus que gravem embarcações brasileiras deverá ser feito no Tribunal Marítimo, sob pena de não valer contra terceiros."
"Art. 13. A hipoteca ou outro gravame poderão ser constituídos em favor do construtor ou financiador, mesmo na fase de construção (...)"
Há doutrinadores que dissertam sobre determinado assunto, Exemplo de um doutrinador:
Clóvis Beviláqua "direito real, que recai sobre imóvel, navio ou aeronave, para garantia de qualquer obrigação de ordem econômica(...)"
Lei n° 7565 de 19/12/1986
Art. 106 Paragrafo Único dispõe que: "A aeronave é bem móvel registrável para o efeito de nacionalidade, matrícula, aeronavegabilidade..... ;"
Lei 10.406 10/02/2002
"Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca:
(...)
VI - os navios;
VII - as aeronaves;
(...)"
Smj essa é a resposta fundamentada juridicamente.
Aprove-a se foi de alguma ajuda. Obrigado
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