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Há independência entre a sanção administrativa e a penal nos crimes contra a Administração Pública?

crimes contra a admnistração pública

💡 1 Resposta

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Tatiane Nascimento

Olá Augusto! Tudo bem?

Segundo Fernanda Marinela, no ordenamento jurídico nacional é possível que uma mesma conduta configure ilícitos de naturezas diferentes, como na sua pergunta. Portanto, como regra geral, prevalece a independência das instâncias, de forma que, em decorrência de determinado ato cometido no exercício do cargo, pode-se configurar a responsabilização administrativa a despeito de não se configurarem as outras duas com suas respectivas apurações em ações próprias. A regra é a independência das instâncias, com base no art. 125 da lei 8.112/90:

"As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si."

Excepcionalmente, haverá comunicação quando o servidor for absolvido na instância penal por inexistência do fato e negativa de autoia, caso em que ele também será absolvido no processo administrativo - art. 126 da referida lei:

"A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria."

Para fundamentar, analisemos parte desta decisão do STJ:

MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO CIVIL. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. SINDICÂNCIA PRELIMINAR. CONTRADITÓRIO. ILEGALIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO PARCIAL DA PRETENSÃO PUNITIVA. REFORMATIO IN PEJUS. NÃO OCORRÊNCIA. PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA ENTRE AS INSTÂNCIAS PENAL E ADMINISTRATIVA. ARTIGOS 125 E 126 DA LEI Nº 8.112/90. CÓPIA INTEGRAL DO PAD. INEXISTÊNCIA. WRIT CONHECIDO PARCIALMENTE. SEGURANÇA DENEGADA. (...) V - Sendo independentes as instâncias penal e administrativa, somente afastará a punição administrativa a sentença criminal que reconhecer a inexistência do fato ou a negativa de autoria (artigos 125 e 126 da Lei nº 8.112/90). VI - Na espécie, a sentença criminal absolutória juntada em nada repercute na seara administrativa, eis que relativa à concessão irregular de benefício de outro segurado, cujo procedimento não foi objeto do PAD que ensejou a demissão da impetrante. (...)

(STJ , Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data de Julgamento: 24/06/2009, S3 - TERCEIRA SEÇÃO).

Bons estudos e um grande abraço! :)

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