Quando não fixada em valor fixo, a pensão alimentícia leva em conta os rendimentos do alimentante (a contraprestação pelo seu trabalho), excluindo-se os descontos legais, como INSS, IRPF e contribuição sindical. É dizer, não podem ser incluídas na base de cálculo as verbas de índole indenizatória.
Nesse contexto, é pacífico o entendimento de que o percentual relativo à pensão alimentícia não incide sobre as verbas rescisórias, FGTS, diárias, e correção de coeficiente cambiário, por exemplo.
Escapam à incidência da pensão alimentícia os descontos legais, como INSS, IRPF e contribuição sindical. Ou seja, não podem ser incluídas na base de cálculo as verbas de cunho indenizatório. Esse é o entendimento dos tribunais. Não há incidência de pensão alimentícia sobre as verbas rescisórias, FGTS, diárias, e correção de coeficiente cambiário, por exemplo.
Não obstante, deve-se verificar o modo de fixação dos alimentos a fim de concluir se há direito à parcela de verbas como o 13º salário (gratificação natalina), adicional de férias (terço constitucional), participação nos lucros e resultados (PPR) e horas-extras. Isto porque, de acordo com o Superior Tribunal de Justiça, "Os alimentos arbitrados em valor fixo devem ser analisados de forma diversa daqueles arbitrados em percentuais sobre “vencimento”, “salário”, “rendimento”, “provento”, dentre outros ad valorem".
Assim, "O débito alimentar arbitrado em valor fixo - por sentença transitada em julgado - deve ser pago pelo montante e na exata periodicidade constante no título judicial, revelando-se ofensa à coisa julgada a determinação para que o valor arbitrado seja pago a propósito do recebimento de outras verbas pelo devedor. (REsp 1091095/RJ, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 16/04/2013, DJe 25/04/2013).”
Ou seja, a incidência da pensão alimentícia sobre as verbas trabalhistas somente acontece quando aquela é fixada em um percentual sobre os rendimentos do trabalhador.
Inútil, portanto, verificar se o alimentante terá direito à participação nos lucros e resultados (PPR) quando a pensão alimentícia é estabelecida em um valor fixo, sob pena de violação à coisa julgada.
“Os auxílio-acidente, vale-cesta e vale-alimentação não integram a base de cálculo para fins de desconto de pensão alimentícia (REsp 1159408/PB, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, julgado em 07/11/2013, DJe 25/11/2013).” Isso porque destinam-se a indenizar o trabalhador, e não remunerar.
Já as horas extras integram a base de cálculo da pensão alimentícia. Em 2013, o Superior Tribunal de Justiça entendeu que as horas-extras integram a base de cálculo da pensão alimentícia quando fixada em percentual sobre os rendimentos do alimentante. Isso porque considera-se sua natureza como sendo remuneratória.
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Direito Civil e Direito Processual Civil
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