Partindo da ideia de que o processo penal é um conjunto de situações jurídicas complexas e incertas que se desenvolvem em contraditório judicial possível observar que seus desdobramentos se darão pela narrativa construída pelas partes e pelo juiz. Assim, não é demasiado observar que o processo possui natureza linguística, mais precisamente na enunciação, de modo que essa área do conhecimento pode nos ajudar a melhor compreender o processo penal, a aproximação do processo penal com as teorias desenvolvidas por Ferdinand Saussure, Émile Benvensite e Mikhail Bakhtin
Dando sequência à análise da natureza jurídica do processo penal[1], observando a necessária ruptura com a teoria da relação jurídica realizada pela teoria da situação jurídica de James Goldschmidt, de certa maneira continuada por Fazzalari, acrescendo este o elemento do contraditório, Daí decorre que a língua, entre outras características, será arbitrária, ou seja, a língua toma a imagem acústica (significante) e lhe atribui um conceito (significado). Não existe uma vinculação substancial, portanto, entre significado e significante, mas sim uma convenção formal sobre o liame que os une (prova disso são as diversas línguas que existe no mundo). Disso, todavia, não se pode concluir que a língua é composta da soma desses signos arbitrários, mas ao contrário, SAUSSURE observa que entre os signos existe uma solidariedade, ou seja, o sentido é o resultado da relação de exclusão entre os signos, de modo que uma coisa é o que a outra não é.
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta.
Compartilhar