O referido principio , DEVE ser invocado, todas as vezes que forem necessaria a aplicaçao da analogia, tal principio é base no direito penal e de onde nasce diversos outros principios inclusive os processuais penais . Quando aplicado inversamente "in malam partem " no processo é argumento para anulaçao de decisao que assim interpreta a norma penal , sendo vasta a jurisprudencia nesse sentido.
Na vida pratica o reflexo deste principio se da na persecuçao penal (proceso penal), entre tanto no direito penal, deve ser observado na aplicaçao de cada artigo, e em questoes de concurso deve se estar atento ao caso pratico apresentado .
Analogia consiste em aplicar a uma hipótese não regulada por lei, a legislação de um caso semelhante.
No Direito Penal, não é admitida a analogia de norma incriminadora – in malam partem, tendo em vista o princípio constitucional de estrita legalidade. Utiliza-se analogia apenas para beneficiar o acusado – in bonam partem.
Exemplo de analogia in bonam partem - que é permitida:
Ex: O art. 128 do CP prevê as hipóteses legais de abortamento. A hipótese mais clássica é aquela em que a mulher é vitima é estupro e fica grávida. A lei, nesse caso, admite a manobra abortiva. Mas o legislador impôs requisitos, quais sejam: que haja consentimento da gestante e seja realizado por médico. Isto é, se o abortamento não for realizado por médico, em tese o agente que o praticou responderia pelo crime de aborto.
Imaginemos que Eva tenha ficado grávida em decorrência do estupro. E Eva mora em cidade longínqua que não há médico na região; há, apenas, uma parteira. Eva procura a parteira e esta realiza a manobra abortiva. Se seguissemos a letra da lei, a parteira deveria responder pelo crime de aborto, porque o legislador disse que tem de ser praticado apenas por médico. Para que não ocorra injustiça, teremos de fazer o uso da analogia, in bonam partem, para beneficiar a parteira.
Exemplo de analogia in malam partem - que não é permitida, por força do princípio da estrita legalidade:
Hoje, no processo penal, temos a figura do assistente técnico. Este nasceu no processo penal para contestar o laudo. Imaginemos que o assistente técnico apresente um laudo falso. Imaginamos de imediato, o crime do art. 342 do CP (Falso testemunho ou falsa perícia). Quem pode responder pelo referido crime, por força do caput, são a testemunha, perito, contador, tradutor e intérprete. Como o assistente técnico não figura neste rol, não responderá pelo referido delito. Poderá responder apenas pelo crime descrito no art. 299 do CP (falsidade ideológica).
Abaixo, colacionamos jurisprudência:
“O sinal de TV a cabo não é energia, e assim, não pode ser objeto material do delito previsto no art. 155, § 3º, do Código Penal. Daí a impossibilidade de se equiparar o desvio de sinal de TV a cabo ao delito descrito no referido dispositivo. Ademais, na esfera penal não se admite a aplicação da analogia para suprir lacunas, de modo a se criar penalidade não mencionada na lei (analogia in malam partem), sob pena de violação ao princípio constitucional da estrita legalidade. Precedentes. Ordem concedida.” (STF, HC 97261, j. 12/04/2011)
“O crime de associação para o tráfico não integra o rol legal de crimes equiparados a hediondos, previsto na Lei n.º 8.072/90, sendo impossível a analogia in malam partem com o fito de considerá-lo delito dessa natureza” (STJ, 6º T., HC 182882, j. 13/03/2012).
Fonte:
https://rodrigocastello.jusbrasil.com.br/artigos/121936756/analogia-em-direito-penal
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Teoria Geral do Processo
•UNINASSAU
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