Tendo em vista que a união estável é um fato social, a convivência more uxória é um dos principais requisitos para a caracterização da união estável. De forma simplificada, se trata de uma convivência com aparência de casamento. É um critério subjetivo, assim como o affectio maritalis, que denota um relacionamento a dois com intenção de constituição familiar. É quando ambos são reconhecidos, aos olhos da sociedade, como "esposa e esposo".
O que significa more uxorio? More uxorio significa, nada mais nada menos, traduzindo literalmente, “aos costumes de casado”, ou seja, a circunstância de um casal viver ao modo de casado, na posse do estado de casado.
É justamente o more uxorio, a posse do estado de casado, que ontologicamente constitui a essência da união estável. Onde não há more uxorio, não há união estável; logo, onde não há more uxorio, pode haver, sim, concubinato, mas não união estável, o concubinato no sentido amplo, ou mesmo no sentido estrito, que agora é definido pelo art. 1.727 do novo Código Civil.
É a convivência como se casados fossem, ou seja, é aquele relacionamento que preenche os requisitos de viver como se quisesse constituir família, mantendo-o de forma contínua, duradoura e pública, o que atende aos requisitos para caracterização da união estável. Vejamos o Código Civil:
"Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família."
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