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Como funciona o Sistema de Recompensa Cerebral Humano e quais as áreas cerebrais envolvidas?

Gostaria de aprender tanto a anatomia, quanto o mecanismo de ação dos receptores envolvidos no sistema de recompensas humano, entendendo estímulos e associações envolvidos.

💡 3 Respostas

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Silas Borges

Realmente uma resposta muito complexa, mas basicamente sua resposta seria baseada na alça límbica entre a área tegmental ventral dopaminérgica e o núcleo accumbens onde quanto mais estímulo (drogas, sexo, certos alimentos etc) mais dopamina é necessária para que tal alça funcione. Vale salientar q após núcleo accumbens a próxima conexão seria no giro do cíngulo onde os impulsos nervosos entrariam no Circuito de Papez onde tal informação seria reconvertida em comportamentos corporais (sudorese, midríase, alucinação etc). Isso acontece de tal forma q exista uma recompensa a posteriori de um estimulo no Lobo pré-frontal do cérebro. Isso foi um basicão do basicão. Exitem muitas, mais muitas conexões não citadas... Espero ter ajudado um pouco. :D

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Richard Matsuura

O sistema de recompensa

Os neurônios se organizam em sistemas de neurotransmissão. Os sistemas são especializados em determinadas funções e se integram e interagem com outros sistemas. Dentro de um sistema predomina um neurotransmissor, responsável pela transmissão de informações, tanto para o cérebro, quanto para os órgãos efetuam as ordens provenientes do sistema nervoso central. A partir da década de cinqüenta os pesquisadores começaram a identificar sistemas cada vez mais específicos no sistema nervoso.

Nesse período, o psiquiatra americano James Olds(1922 - 1976), durante experimentos com eletrodos posicionados em cérebros de ratos, descobriu acidentalmente que os animais se sentiam atraídos por choques elétricos que estimulavam a região cerebral estudada por Olds. Chegavam a desinteressar por outras atividades prazerosas, como a alimentação, para se dedicarem exclusivamente à busca de tal estímulo. Olds havia posicionado os eletrodos em um sistema de neurotransmissão de dopamina, denominado sistema mesolímbico-mesocortical. Ele o batizou desistema de recompensa do sistema nervoso central. Abriu-se um novo campo para o entendimento das bases neurobiológicas da dependência química.

 

 
FIGURA 1: O sistema de recompensa. "Estruturas que compõem o sistema límbico têm um papel crucial na expressão das emoções e na atividade do sistema de recompensa do cérebro (área tegmental ventral e nucleus accumbens). A experiência do prazer e a modulação da recompensa acontecem a partir de uma 'cascata' de recompensa, ou seja, um encadeamento de neurônios que interagem dentro do sistema límbico, por meio de diversos neurotransmissores. O consumo prolongado de drogas altera o regime desses últimos. A deficiência de um ou mais neurotransmissores (em especial a dopamina) pode suplantar a sensação de bem-estar por ansiedade, mal-estar e fissura por uma substância capaz de aliviar tais sintomas negativos." American Scientist


O sistema dopaminérgico e a busca da recompensa

 
 
FIGURA 2: A dopamina é o neurotransmissor envolvido no sistema de recompensa. Ela é sintetizada e armazenada em vesículas. Com a chegada de um estímulo elétrico, as vesículas se fundem à membrana do neurônio e a dopamina é despejada na sinapse. Na fenda sináptica, a dopamina se liga aos receptores dopaminérgicos. Uma parte da dopamina é recolhida da sinapse pela bomba de recaptação, afim de armazená-la para que possa reutilizada novamente.
   

O sistema de recompensa (dopaminérgico) está presente desde os mamíferos mais primitivos. Ele tem participação fundamental na busca de estímulos causadores de prazer, tais como alimentos, sexo, relaxamento. Por meio do reforço positivo da recompensa, obtida durante essas experiências, o organismo é impelido a buscá-las repetidas vezes. Cria-se uma memória específica para isso. O sistema de recompensa, desse modo, é um importante mecanismo de autopreservação.

 

Dopamina, drogas e recompensa

A dopamina é o neurotransmissor sintetizado dentro do sistema de recompensa. Para sua síntese é necessária a presença do aminoácido tirosina. Por meio da enzima tirosina hidroxilase, a tirosina é transformada em forma em DOPA (3,4 - hidroxifenilalanina). A dopamina tem sua origem na descarboxilação da DOPA. Em seguida, é armazenada nas vesículas dos terminais pré-sinápticos para ser liberada na fenda após um estímulo neuronal. Esse estímulo pode ser a torta predileta, um carinho, uma conversa com amigos, enfim, situações que certamente valerão a pena serem repetidas.

Uma vez liberada na fenda, atua sobre os receptores dopaminérgicos, cujo efeito é uma sensação de bem-estar e euforia. Rapidamente após a ligação com os receptores dopaminérgicos, a dopamina é retirada da fenda. Isso sé dá por meio de três processos básicos: [1] difusão da dopamina para fora da fenda sináptica, [2] destruição por enzimas e [3recaptação para o pré-sináptico de onde fora liberada. Ali, será estocada para ser liberada novamente. A recaptação é realizada pela bomba de recaptação , transportadores dopaminérgicos, encarregados de captar parte da dopamina liberada na fenda sináptica e devolvê-la ao terminal pré-sináptico a fim de ser reciclada.

 

Anatomia da recompensa

O sistema dopaminérgico possui três tratos considerados como os mais importantes, de grande interesse para o entendimento da neurobiologia da dependência química. Um destes é o trato mesolímbico-mesocortical, que se projeta a partir da área tegmental ventral (ATV) para a maior parte do córtex frontal (funções psíquicas superiores) e sistema límbico (emoção) e parece ser a via dopaminérgica relacionada à recompensa. Estudos têm demonstrado relação íntima entre algumas estruturas cerebrais e a recompensa. O nucleus accumbens e a área tegmental ventral parecem moderar o estímulo à recompensa, induzido por substâncias psicoativas.

 

Recompensa e dependência

 

Grande parte da propriedade aditiva das drogas está na ativação do sistema dopaminérgico. Isso pode ser feito de modo direto ou indireto. Substâncias psicoativas como a cocaína e a anfetamina agem diretamente sobre esse sistema, enquanto a nicotina e os opiáceos estimulam-no indiretamente. As causas naturais que normalmente estimulam o sistema de recompensa chegam a aumentar em até 100% sua atividade. Na vigência de substâncias psicoativas, no entanto, essa atividade ser 1000 vezes maior.

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Daniel Quiroga

Igor, isso terá a ver com o sistema límbico e o mecanismo de aprendizado e memória. É muita coisa para se responder em uma resposta apenas, sendo assim recomendo a leitura dos seguintes livros, com maior importância para os +:

Neuroanatomia Funcional, de Antônio Machado; +
Neuroanatomia Clínica, de Snell;++
Atlas de Neuroanatomia, do Netter; ++
Principles of Neural Science (Princípios da Neurociência), de Eric Kandel; ++
Neurociência, de Purves; +
Neurociências, desvendando do sistema nervoso, de Bear, Connor e Paradiso; +

Abraços!

 

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