A expressão completa é "Duty to mitigate the loss", ou seja, do dever que as partes tem de mitigar o prejuízo. Tal dever tem por base o princípio da boa-fé objetiva, fomentado pelo art. 77 da Convenção de Viena:
“A parte que invoca a quebra do contrato deve tomar as medidas razoáveis, levando em consideração as circunstâncias, para limitar a perda, nela compreendido o prejuízo resultante da quebra. Se ela negligencia em tomar tais medidas, a parte faltosa pode pedir a redução das perdas e danos, em proporção igual ao montante da perda que poderia ter sido diminuída”.
Atualmente pode-se dizer que tal teoria tem guarida no art. 422, do CC, segundo o qual “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios da probidade e boa-fé”.
Como se sabe, entre os deveres anexos de condutas estão os deveres de segurança, de lealdade, de cooperação, de informação. Todos esses deveres nada mais são do que acepções do princípio da boa-fé objetiva e da eticidade.
Nessa perspectiva, os deveres de lealdade e cooperação impõem que o credor colabore com o devedor no sentido de que eventuais prejuízos sejam os mínimos possíveis, ou seja, não se tem dúvida de que o credor tem o dever de minimizar os próprios prejuízos, sob pena de incidir em ilícito (art. 187 do CC). Outro não é o entendimento que se extrai do Enunciado 169 da III Jornada de Direito Civil promovida pelo CJF, a saber:
“Art. 422. O princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar o agravamento do próprio prejuízo”.
Duty to mitigate the loss. É o dever de mitigar o próprio prejuízo. Os contratantes devem tomar as medidas necessárias e possíveis para que o dano não seja agravado. A parte a que a perda aproveita não pode permanecer deliberadamente inerte diante do dano. Agravamento do prejuízo, em razão da inércia do credor.
O dever de mitigar a perda significa que o requerente deve assegurar que minimiza a perda sofrida, tomando medidas razoáveis para assegurar que, sempre que possível, a perda não aumente e não tome medidas irrazoáveis que possam aumentar a perda.
Este dever não é "executório" por ninguém, mas sim um dever voluntário, mas se o requerente não tomar medidas para mitigar a sua perda, os danos que recupera serão afectados por esse incumprimento, ou seja, o tribunal pode atribuir uma quantia que leva Em conta as medidas que poderiam ter sido tomadas para mitigar a perda, mas que não foram tomadas, e o requerente pode ser impedido de recuperar uma perda que poderia razoavelmente ter evitado incorrer.
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Direito dos Contratos e Responsabilidade Civil
•FUPAC UBÁ
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