o que se entende do art .136 da constituição. ?

Olá Izabelle, este artigo trata do estado de defesa. Nossa constituição prevê medidas para a preservação da ordem em casos excepcionais, uma dessas medidas é o estado de defesa. Logo no caput do artigo podemos verificar a sua finalidade “preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza”. O decreto que institui o estado de defesa deve definir sua duração e as áreas em que ele vigorará, lá também ficará definida as medidas coercitivas que vigoraram (algumas limitações de direito).

Portanto, diante de uma calamidade provocada por forças da natureza ou instabilidade institucional pode-se adotar medidas coercitivas para manter a ordem pelo período que se julgar necessário para tanto.

Fora desses casos pode-se adotar o estado de sítio (Art 137) que é mais rigoroso.

É importante lembrar que seguimos tratados internacionais, o artigo 27 da Convenção Interamericana de Direitos Humanos vem com magnitude mostrar que mesmo se tratando de uma crise e um estado de exceção devemos lembrar das garantias mínimas para a dignidade do ser humano, devendo ser observados os abusos.

Espero ter contribuído de alguma forma para sua compreensão do assunto!

"Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza."

Quando a ordem pública ou a paz social se encontrarem ameaçadas por grave o iminente estabilidade institucional, ou forem atingidas por calamidades de grandes proporções naturais, o presidente pode decretar o estado de defesa para preservar ou reestabelecer a ordem pública e/ou a paz social.

É considerado um estado de exceção, onde há suspensão temporária de direitos e garantias constitucionais, que proporcionam a necessária eficiência na tomada de decisões para casos de proteção do Estado, já que a rapidez no processo de decidir as medidas a serem tomadas é considerada essencial em determinadas situações emergenciais e, nesse sentido, nos regimes de governo democráticos - nos quais o poder é dividido e as decisões dependem da aprovação de uma pluralidade de agentes - a agilidade decisória ficaria comprometida.

§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:

I - restrições aos direitos de:

a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;

b) sigilo de correspondência;

c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;

II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes."

Trata-se de uma situação de restrição aos direitos fundamentais em nome da preservação do próprio Estado.

O Estado de Defesa exige decreto do Presidente da República (art. 136, § 1º), que, a seguir, é sujeito a exame do Congresso Nacional (art. 136, § 4º).

"Art. 136. § 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta."

O Estado de Defesa possui duração máxima de 30 dias, prorrogável, uma vez, por igual período (art. 136, § 2º).

"Art. 136. § 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação."