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Porque algumas pessoas desenvolver sintomas mentais graves com uma certa mudança hormonal e outros não?

Seria diferença no número de receptores?

💡 2 Respostas

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Estudante PD

puberdade apresenta um aumento da produção de estrógenos e o desenvolvimento das características sexuais secundárias . Similarmente a menopausa traz uma reduçãohormonal dos níveis estrogênicos, devido a  idade que traz alterações no funcionamento dos ovários e no sistema endócrino. Ou seja, em ambos os casos há alterações dos níveis hormonais, com as devidas repercussões biopsicosociais.  

 

Com o avanço do conhecimento científico do processo evolutivo das doenças e dos cuidados necessários para a prevenção destas- desde a melhora nutricional até aspectos de saneamento público bem como tratamentos mais eficazes- há um aumento progressivo na expectativa de vida da humanidade.  Como conseqüência desta evolução a “problemática” da menopausa vem tomando novos contornos. É esperado, que a menopausa como um processo fisiologicamente normal ocorra como média ao redor dos 51 anos (McKinlay e Brambilla, 1992), embora possa haver casos precoces em função do declínio da função ovariana e/ou por um procedimento cirúrgico . Entretanto é comum que algumas mulheres crêem que a menopausa chegue no inicio dos quarenta ou mesmo no final dos trinta. O que faz que algumas mulheres “sofram” dos sintomas próprios das alterações menopausicas 10 a 15 anos antes de a mesma ser estabelecida fisiologicamente.  Levando-se em conta que a expectativa de vida da mulher vem aumentando gradativamente de 60 anos até 78 anos em países desenvolvidos, percebe-se que ela irá passar cerca de 1/3 de sua vida no período pós-menopausico. Chegando-se a uma visão mais contemporânea em que a menopausa torna-se um período de transição normativa na vida da mulher adulta.

 A mulher atual contraria o esteriotipo popular, ou seja, que os ganhos associados com a menopausa e com a transição da meia idade parecem serem maiores para a maioria das mulheres do que as supostas perdas. Alguns trabalhos (Apter,1996; Neuggarten et al., 1968) colaboram para isso, quando citam que mulheres pos menopausa relatam bem estar, mais confiança, calmas e mais livres do que antes da menopausa.


Fatores de Risco

O inicio da menopausa e a duração da transição perimenopausica parece estar correlacionada com uma série de variáveis individuais e eventos da vida. Por exemplo,sobrepeso, altura maior, ter um parceiro amoroso e nunca ter ficado grávidaestão associados com uma menopausa tardia. Já, inversamente uma menopausa precoce parece estar conectada com tabagistas pesadas, grande consumo de álcool, ter tido gêmeos e atividade profissional (Daniluk,J.,1998).

Outros fatores contribuiriam para mediar ou moderar a menopausa, tais como:aspectos nutricionais, estresse, doenças, raça, padrões familiares e fatores geográficos (Golub,1992) . O perfil de saúde pré-menopausa  também esta associado à previsão do nível de “desorganização” da saúde durante a menopausa. Ou seja,  mulheres menopausicas com mais sintomas tem história prévia com maiores problemas de saúde (Morokoff,1988). 

Há algumas evidências que sugerem haver diferenças na percepção e na experiência da menopausa, vinculadas ao nível sócio econômico, situação empregatícia e o “background” cultural (Ehrenreich & English, 1978; Martim;1987; Ganno,1985,1994). Alguns aspectos sócios culturais ficam marcados, como por exemplo: mulheres com emprego referem menos problemas com a menopausa. Também mulheres Européias e Americanas parecem ter consideravelmente maior nível de ansiedade e preocupação com a menopausa que as mulheres  Africanas e culturas Orientais.

Baseado na sua pesquisa Golub (1992), assinala que há uma percepção e experiência mais positiva da menopausa com aquelas mulheres que estão inseridas em culturas que valorizam mais as mulheres idosas. Ao contrário da mulher americana, nestas culturas o final do período fértil “liberta” a mulher para assumir papéis de autoridade e poder, e se aproximando mais do “status” do homem. Um claro exemplo, é o caso das mulheres japonesas onde muito poucas referem queixas de “ondas de calor” durante a menopausa.  Isto também poderia estar relacionado a dieta de baixas calorias, ou associado que mulheres japonesas  pós menopausicas apresentam um bom “status” em suas famílias.

Em duas outras pesquisas parecem reforçar a influência dos fatores culturais no processo da sintomatologia de menopausa. Flint (1982), em estudo feito na Índia, com uma casta superior, também encontrou uma relativa ausência de queixas de sintomas associados com a menopausa, além dos vinculados as alterações de fluxo menstrual.

Reforçando as diferenças culturais e étnicas, a pesquisa de Kronenberg (1990) não encontrou queixas de sintomas secundários da menopausa com mulheres de Maya.

Em relação as mulheres norte americanas a literatura indica que somente a minoria delas experimentam sintomas severos na menopausa que possam incapacitá-las para sua vida cotidiana. Independente de sua etnia ou nível sócio econômico, a maioria das mulheres quando se defrontam com a menopausa tem uma visão mais positiva do que antecipavam(Golub,1992; Unger & Crawford, 1992; Wilber, Miller & Montgomery,1995).

Já um estudo longitudinal produzido por Roberts, Chambers, Blake e Weber (1992), compararam  o ajuste psicossocial da mulher pós-menopausa com uma terapia de reposição hormonal continua (TRH), mulher com TRH cíclico e mulheres fazendo uso de suplemento com cálcio. Não foi encontrada diferença significativa entre os três grupos. Os resultados confirmaram um estado de bem estar na maioria das mulheres. Neste trabalho, somente 14% das estudadas nos três grupos não estavam bem ajustadas  com a menopausa. Sendo que as preocupações eram referentes “a problemas de saúde e dificuldades no seu relacionamento sexual. Suas experiências de estresse psicológico, como ansiedade, nervosismo, raiva e alterações de imagem corporal”.

Em relação aos fatores de risco para o desenvolvimento de um transtorno do humor nesta etapa, incluem história de transtorno mental prévio (pessoal ou familiar), condições de saúde geral precárias, fatores estressores sociais e história de menarca precoce.

Um estudo epidemiológico recente nos EUA- produzido pelo Harward Study of Moods and Cycles- indicou uma associação mais complexa entre a depressão e o processo perimenopausico. Basicamente o estudo se propunha acompanhar mulheres pré-menopausicas (entre 36 a 44anos) durante 3 anos, com avaliações semestrais de seus aspectos psíquicos, da eventual presença de alterações hormonais e da descrição de suas características menstruais. O  trabalho demonstrou uma associação entre o diagnóstico de transtorno depressivo e o desenvolvimento de maiores alterações hormonais ao longo do acompanhamento do estudo (maiores flutuações dos níveis séricos de hormônio folículo estimulante (FSH),  hormônio luteizante (LH) ou de estradiol (E2)).
Portanto o grupo populacional específico acima, estaria propenso a ter alguns cuidados preventivos.

Percebe-se que a menopausa é um fenômeno universal na vida da mulher adulta, quer seja natural ou cirurgicamente induzido. Entretanto é difícil prever com certeza qual a constelação de sintomas secundários que se manifestaram para uma determinada mulher.  As pesquisas indicam que “as mulheres que sofrem mais severamente na menopausa são aquelas que, em geral,  tem um declínio hormonal mais dramático”(Weideger, 1978). Isto é colaborado pelos os relatos das mulheres com menopausa induzida por cirurgia. Há também evidências que indicam a relação entre atitudes negativas  à menopausa e o aumento de sintomas (Barefford, 1991). Um outro estudo (Wilbur et al., 1995) encontrou uma alta relação entre atitudes negativas em relação à menopausa e altos níveis de depressão tanto na população africana-americana como na branca americana.

Infelizmente em nosso meio ainda não temos pesquisas mais apuradas que possam nos auxiliar no entendimento de uma maior particularidade das mulheres brasileiras.

Percebe-se pelas contribuições dos autores acima, como é difícil chegarmos a uma conclusão mais específica em relação a preponderância tanto de fatores biológicos, psicológicos ou sociais na resposta da mulher na menopausa.

Portanto devemos incorporar o avanço do conhecimento das alterações biológicas e fisiológicas da menopausa, mas estarmos atentos às percepções e experiências da “mudança”.(Greer, 1991).


Apresentação e Diagnóstico

Como em todas as outras etapas da vida os critérios diagnósticos e os instrumentos classificatórios utilizados no período peri-menopáusico não diferem.
A mulher apresenta sintomatologia em três grupos:
• Sintomas vasomotores – fogachos e calores noturnos
• Sintomas muculoesqueléticos – incluem atrofia mamária e cutânea, vaginite atrófica, artropatias degenerativas e osteoporose
• Sintomas emocionais e/ou comportamentais – flutuações do humor, insônia, irritabilidade, tensão, diminuição da energia e da disposição, redução ou perda da libido, dores de cabeça e sintomas disfóricos


Menopausa e depressão

O tema segue gerando controvérsias, pois estudos recentes (Schmidt et al.,1997;Stone e Pearlstein, 1994; Soares e Cohen, 2001) não conseguem ser conclusivos quanto a associação entre menopausa e os trantornos do humor. 
Para McKinlay et al.(1987), os quadros depressivos seriam mais prevalentes entre as mulheres submetidas ao processo de menopausa de forma cirúrgica. Agrega-se a isto, o fato que tal situação tem o próprio stress cirúrugico como mais um evento da vida a colaborar no desenvolvimento da sintomatologia.
Os sintomas depressivos que mais freqüentemente se apresentam são:
• Irritabilidade
• Choro fácil
• Ansiedade
• Humor lábil ou depressivo
• Perda de energia ou motivação
• Diminuição da concentração
• Alterações na arquitetura do sono
 

Tratamento (abordagem psicoterápica)

O tema da menopausa segue tendo uma abordagem prevalente na literatura médica como um período de deficites e perdas. Conforme Choi (1995) os livros textos e as pesquisas tendem a enfatizar as alterações atróficas do sistema urogenital, conseqüências degenerativas associadas com o declinio hormonal e as condições potencialmente  patológicas associadas a menopausa. Não é a toa que muitas mulheres que se conflituam com os seus ciclos menstruais não se entusiasmem tanto com o seu final. Pois com esta visão descrita, qual mulher estaria desejosa em transpor este “rito de passagem” quando a próxima etapa é retratada como um declínio físico e mental, ou ainda com a possibilidade da continuação  do ciclo menstrual induzido artificialmente pelas terapias de reposição hormonal.

Para que a mulher possa transpor com mais sucesso esta etapa da vida terá que fazer uma negociação interna de uma forma que se veja fora do seu papel reprodutivo e ache significados para vida que não sejam restritos a biologia (Ussher,1989).

fonte:

http://www.claudiomartins.med.br/noticias_detalhes.asp?id=1481&tipo=2

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RD Resoluções

Primeiramente, devemos lembrar que os hormônios são indispensáveis para a manutenção do organismo. Sono, fome, sede, prazer, ou seja, todas as sensações são regidas por essas substâncias, que são responsáveis ainda por diversos processos do metabolismo como a digestão, a respiração e o desenvolvimento sexual, entre outros. Os hormônios são secretados e regulados no organismo pelas glândulas espalhadas pelo corpo, por meio do sistema endócrino.


Em relação à puberdade duas estruturas são especialmente importantes: o hipotálamo e a glândula hipófise. O hipotálamo é uma região do cérebro, do tamanho de uma amêndoa, que regula diversos processos metabólicos. É o hipotálamo que conecta o sistema nervoso ao sistema endócrino. Essa estrutura controla a secreção dos hormônios da hipófise, também conhecida como glândula pituitária. 


Nesse contexto, o hormônio folículo estimulante (FSH) ativa o desenvolvimento dos gametas, ou seja, das células sexuais, tanto no homem quanto na mulher. No organismo masculino age na produção dos espermatozoides. No organismo feminino proporciona o crescimento dos óvulos. O hormônio luteinizante (LH) estimula a ovulação nas meninas e a produção de testosterona nos meninos. O FSH e o LH são conhecidos também como gonadotrofinas. 

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