A maioria da doutrina considera o direito agrário e o industrial como híbridos, ou seja, seu conteúdo abrange questões pertinentes tanto ao direito publico quanto ao privado, sendo que a definição se dá de acordo com o caso concreto.
A divisão do Direito em direito público e direito privado é uma questão polêmica, e não há consenso entre os estudiosos e doutrinadores, uma vez que não há critério satisfatório para distinção.
Na definição de Celso Ribeiro Bastos, Direito Público é o "conjunto de normas e princípios que regem a atividade do Estado, a relação deste com os particulares, assim como o atuar recíproco dos cidadãos.”
O Direito Público Interno rege os interesses estatais e sociais. Suas normas encontram-se no direito constitucional, administrativo, processual, tributário, penal e eleitoral.
Já o Direito Público Externo tem a função de tratar das relações internacionais entre Estados soberanos. As normas utilizadas para tanto são as de Direito Internacional Público, ou seja, convenções e tratados firmadas com organizações internacionais.
O Direito Privado é formado por normas que tem por matéria as relações existentes entre os particulares relativas à vida privada, e as relações patrimoniais ou extra patrimoniais. As normas de direito privado encontram-se no direito civil e no direito comercial.
Há algumas subdivisões do direito, no entanto, que são de difícil classificação. Autores como Paulo Dourado Gusmão, visando resolver o problema da classificação, criaram um terceiro tipo de direito, que é o direito misto. Com uma terceira possibilidade, o autor pretende resolver o problema da classificação dos direitos públicos e privados. Gusmão define o direito misto:
“O direito é misto quando tutela interesses privado e público, ou, então, quando é constituído por normas e princípios de direito público e de direito privado ou, ainda, de direito nacional e de direito internacional. Generalizando, direito em que, sem haver predominância, há confusão de interesse público ou social com o interesse privado. Nele se confundem esses interesses, fazendo com que o princípio de liberdade nele não impere. As partes, muitas vezes colocadas em nível de igualdade jurídica, estão submetidas a princípios iderrogáveis, estabelecidos na lei, protetores do interesse social. Subdivide-se em: direito marítimo (§ 119), direito aeronáutico (§120), direito econômico (§ 122), direito social (§ 126), direito agrário (§ 125), direito de família (§ 128), direito industrial (§ 129), direito falimentar (§ 130) e direito do trabalho (§ 123). No direito misto, em certos casos, estão presentes normas de direito público e de direito privado, como ocorre, por exemplo, no caso do direito marítimo (§ 119).”
O direito agrário, também denominado direito rural (legislação rural), rege a produção agropecuária e a propriedade industrial-rural.
A classificação quanto ao ramo do direito dessa subdivisão é polêmica.
Segundo Paulo Dourado de Gusmão, é direito autônomo, ramo do direito misto, disciplinador da exploração agrícola e da propriedade industrial-rural, cujo uso deve ser subordinado ao interesse social.
O direito industrial é aquele que rege a atividade industrial.
A natureza desse direito é controvertida. Há autores que o incluem no direito comercial; outros, como La Lumia, o consideram especialização do direito do trabalho. Entretanto, não faltam os que distinguem o direito industrial privado do direito industrial público, e outros, como Navarrini, que admitem serem seus institutos comuns ao direito comercial, além dos que reconhecem que a ordem económica obriga a discipliná-lo com vista ao interesse público. Para Gusmão, o direito industrial é parte do chamado direito misto.
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Introdução ao Direito I
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