O Conselho Judicial Brasileiro tem sua previsão legal no art. 103-B da Constituição Federal, sendo que o rol de suas atribuições encontra-se no parágrafo 4º deste artigo:
"Art. 103-B [...], § 4º. Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem atribuídas pelo Estatuto da Magistratura."
O Conselho Nacional de Justiça brasileiro, possui composição variada, com membros externos à magistratura. Suas atribuições e competências são regradas pela Constituição Federal, enquanto seu funcionamento interno é dado pelo seu Regimento.
O instituto em questão possui natureza jurídica administrativa, conforme sua previsão constitucional antes exarada. A prova desta natureza está nas decisões a serem proferidas pelo CNJ, as quais não possuem qualidade de coisa julgada material.
É interessante frisar que, independentemente de discussões, o Supremo Tribunal Federal já firmou entendimento de que o CNJ possui natureza jurídica administrativa de controle interno.
Ocorre que apesar da Constituição Federal mencionar que o CNJ possui atribuição exclusivamente administrativa, sendo tal dispositivo reafirmado pela Corte máxima, tal mandamento não parece ser seguido pelo órgão administrativo em comento, pois o mesmo vem traçando diferentes rumos, a partir das resoluções e decisões que vem tomando.
Podemos observar que na verdade o CNJ surgiu de uma necessidade que o Judiciário tinha de um órgão para fiscalizar suas atividades. Tarefa difícil é conseguir fiscalizar a administração, as finanças do Poder Judiciário, bem como as atividades dos magistrados sem que essa tarefa se tornasse invasiva a cláusula pétrea da separação dos poderes.
Destarte, o CNJ exerce sim a função de órgão controlador interno, administrando e auto disciplinando todo o Judiciário. Sua atuação é claramente perceptível em alguns julgados. Apesar de decisões em contrario é perceptível o receio em dizer que ao fazer isso, o CNJ esta ferindo princípios constitucionais.
Não.
Segundo Caio Rocha Moreira, "o CNJ foi criado com intuito de exercer o controle externo do judiciário, o que deve trazer para a população como um todo um Poder Judiciário mais eficiente e probo a cada dia. Fato é que o Poder Judiciário está a serviço da população, assim, é do interesse desta que ele esteja em bom funcionamento. Mas o que muitos não sabem é que o CNJ, como já mencionado, deve exercer o controle da atuação administrativa e financeira daquele, bem como o controle do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes".
No entanto, chamá-lo de controle externo é equivocado, vez que de externo nada possui, sendo ele parte integrante do Poder Judiciário. Segundo Silva, a expressão é equivocada, pois transmite a idéia de que é feito por um órgão não pertencente ao Judiciário, o que seria inconcebível em sua visão.
Segundo Lenza, "o CNJ integra o judiciário (art. 92, I-A) e, com isso, afasta-se a combatida idéia de controle externo".
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Direito Constitucional I
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