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Indenização por falta de energia

Você nobre discente ao chegar em casa á noite toma seu banho, faz a ultima refeição do dia, revisiona a aula da noite como de rotina e depois deita-se para durmir as poucas horas que lhe são reservadas de sono. Ocorre que as três (3) horas da madrugada você desperta suado e percebe que não há energia, deixando-o sem conseguir descansar até o amanhecer. Tomando conhecimento que a falta de luz  acontece somente em seu lar resolve ligar e comunicar a concessionaria de energia, que fica de enviar  equipe ao local no prazo máximo de quatro (4) horas. A equipe chega a sua casa dentro do prazo estabelecido pórem lhe informa que não possue o equipamento necessário para realizar o serviço. Você então começa a ligar varias vezes pedindo a imediata solução do seu problema, totalizando 13 ligações para a prestadora. Nesse lapso de tempo passaram-se 24 horas até que finamente técnicos fossem enviados e descobrissem o problema e o solucionasse. Você se sentido lezado em seu direito resolve promover  ação em face da empresa a títulos de dano moral, pergunto-lhe:

 È possivél a ajuizar ação pedindo danos morais por ficar sem energia por 24 horas?

 A resposta dar se á por completa quando nela houver doutrina, jurisprundência, julgados, enfim...

 

Dito isto, boa sorte!

 

💡 2 Respostas

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Joel Rodrigues

Boa Tarde meu caro, é possível sim, inclusive a jurispruência ja consolidada no TJ-SP define que:

AÇÃO REPARATÓRIA DE DANO MORAL -EQUIVOCADO CORTE DE ENERGIA DA RESIDÊNCIA DA RÉ POR POUCAS HORAS - CONSTRANGIMENTO PERANTE A VIZINHANÇA - DANO MORAL CARACTERIZADO - INDENIZAÇÃO QUE DEVE ATENDER OS OBJETIVOS REPARATÓRIO E PROFILÁTICO DO INSTITUTO - FIXAÇÃO POR ESTA CORTE CORRESPONDENTE A 30 E 50 SALÁRIOS MÍNIMOS EM CASOS ANÁLOGOS -VALOR REPARATÓRIO FIXADO ABAIXO DO PATAMAR ADOTADO EM CASOS DE MAIOR GRAVIDADE - SENTENÇA MANTIDA - APELO DESPROVIDO

(TJ-SP - APL: 193994520108260590 SP 0019399-45.2010.8.26.0590, Relator: Dimas Carneiro, Data de Julgamento: 29/09/2011, 37ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 10/10/2011).

Espero ter ajudado, um abraço. 

 

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DLRV Advogados

É, sem dúvidas, possível ajuizar ação pleiteando indenização por dano moral. O deferimento do pedido, no entanto, vai depender de uma série de fatores.

Entre os fatores, há a necessidade de o juízo considerar que os danos supracitados são passíveis de indenização por dano moral.

A douta doutrinadora Maria Helena Diniz nos explica que dano moral “é a dor, angústia, o desgosto, a aflição espiritual, a humilhação, o complexo que sofre a vítima de evento danoso, pois estes estados de espírito constituem a consequência do dano”. E ainda nos ensina que: “o direito não repara qualquer padecimento, dor ou aflição, mas aqueles que forem decorrentes da privação de um bem jurídico sobre o qual a vítima teria interesse reconhecido juridicamente”. 

Há de restar configurado, também, o ato ilícito da fornecedora.

Abaixo, colacionamos jurisprudência do TJRJ sobre o tema:

"0001872-80.2016.8.19.0003 - APELACAO 1ª Ementa DES.FRANCISCO PESSANHA

Julgamento: 14/09/2016 - VIGESIMA QUINTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. INTERRUPÇÃO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA POR 07 DIAS. ESTABELECIMENTO HOTELEIRO. SENTENÇA QUE APENAS CONDENOU O RÉU AO PAGAMENTO DE R$ 7.000,00 A TÍTULO DE DANO MORAL, CONCLUINDO PELA AUSÊNCIA DE PROVAS DO DANO MATERIAL. APELO DE AMBAS AS PARTES. ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA EM RAZÃO DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA QUE NÃO MERECE SER ACOLHIDA. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA Nº 330 DO TJRJ. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA CONCESSIONÁRA RÉ. CULPA EXCLUSIVA DE TERCEIRO NÃO CONFIGURADA. FORTUITO INTERNO E RISCO DO SERVIÇO. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA Nº 94 DO TJRJ. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANO MORAL IN RE IPSA CONFIGURADO. SÚMULA Nº 192 DESTA CORTE. VERBA FIXADA A TÍTULO DE DANO MORAL QUE DEVE SER MAJORADA PARA R$ 10.000,00 PARA MELHOR SE ADEQUAR AO CASO CONCRETO E AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE DE PROPORCIONALIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 343 DO TJRJ. AUSÊNCIA DE PROVAS DO DANO MATERIAL INERENTE AO CANCELAMENTO DAS DIÁRIAS EM DECORRÊNCIA DA FALTA DE ENERGIA. PARCIAL PROVIMENTO DO RECURSO DO AUTOR E DESPROVIMENTO DO RECURSO DA RÉ."

"0006900-18.2015.8.19.0212 - APELACAO 1ª Ementa JDS. DES. RICARDO ALBERTO PEREIRA

Julgamento: 29/09/2016 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

Ação de indenização em dano moral. Interrupções recorrentes no fornecimento de energia elétrica, ocasionando suspensão por mais de 96 horas, entre os dias 15/02 a 19/02/2015. Sentença de procedência, condenando a empresa ré a pagamento de R$ 3.000,00 em dano moral. Manutenção da Sentença. Recurso sob a égide da Lei 5.869/73. Falta de energia elétrica na unidade consumidora. Serviço de energia elétrica que configura serviço público essencial, logo, submetido ao princípio da continuidade assegurado pelo art. 22 do código de defesa do consumidor. Falha na prestação do serviço. Ainda que a suspensão da energia elétrica tenha ocorrido em razão de fortuito externo (temporais), não se justifica a demora de 96 horas ininterruptas no seu restabelecimento. Dano moral caracterizado. Concessionária ré não se aparelhou adequadamente para o atendimento. Precedentes deste Tribunal. Inteligência da Súmula nº 192 do TJRJ. Verba compensatória que se mantém por atender aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Conhecimento e não provimento do recurso."

 

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