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Como relacionar Direito Adquirido e Coisa Julgada. Semelhanças e diferenças.

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DLRV Advogados

O direito adquirido e a coisa julgada são institutos jurídicos diferentes, mas que estão previstos na nossa Carta Maior no artigo 5º, XXXVI: “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.

Coisa julgada é o instituto jurídico concebido para conferir imutabilidade às decisões judiciais. Trata-se de um princípio germinado no direito romano, anterior mesmo à Lei das Doze Tábuas, que está alçado, em nosso ordenamento jurídico, à categoria de direito fundamental.

"Art. 6º, § 3º, LINDB: Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso."

Segundo Enrico Tullio Liebman: “coisa julgada é a imutabilidade do comando emergente de uma sentença”.

É um atributo da jurisdição. Divide-se, para fins de conceituação, a coisa julgada em formal e material, representando, aquela, a impossibilidade de modificar-se a sentença, no mesmo processo em que ela foi proferida, em razão de os prazos recursais terem precluído, enquanto esta é a imutabilidade dos efeitos da sentença proferida no processo, devendo ser respeitada não apenas pelas partes, como também por todos os juízes.

Direito adquirido é a vantagem jurídica, líquida, lícita e concreta que alguém adquire de acordo com a lei vigente na ocasião e incorpora definitivamente, sem contestação, ao seu patrimônio.

"Art. 6º, §2º, LINDB: Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem."

Direito adquirido é aquele que a lei considera definitivamente integrado ao patrimônio de seu titular. Assim, quando alguém, na vigência de uma lei determinada, adquire um direito relacionado a esta, referido direito se incorpora ao patrimônio do titular, mesmo que este não o exercite, de tal modo que o advento de uma nova lei, revogadora da anterior relacionada ao direito, não ofende o status conquistado, embora não tenha este sido exercido ou utilizado.

Fonte:

http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8805&revista_caderno=2

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Luara Borges

 Dentre o rol dos direitos e garantias fundamentais, o artigo 5° da Constituição assegura no inciso XXXVI que a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. A previsão desses institutos está umbilicalmente ligada à necessidade de resguardar o valor segurança jurídica em face da sucessão de leis no tempo, assegurando estabilidade aos direitos subjetivos e permitindo aos sujeitos de direito conhecer previamente quais as conseqüências de seus atos. A ideia central é que a lei ingresse no ordenamento jurídico produzindo efeitos prospectivos.

 

- A coisa julgada é um fenômeno processual. Majoritariamente, prevalece na doutrina o entendimento de Liebman para quem a coisa julgada é uma qualidade da sentença (há quem afirme ser uma qualidade dos efeitos da sentença) que torna seus efeitos imutáveis e indiscutíveis. Em crítica a esse entendimento, Barbosa Moreira leciona que apenas o comando da sentença (dispositivo) é que se torna imutável. De todo modo, resta claro que a coisa julgada faz da decisão final uma norma individual e acarreta a intangibilidade das situações jurídicas criadas ou declaradas pela sentença, de forma que a lei posterior não poderá retroagir para alterá-la ou derrogá-la. A despeito de Celso Bastos entender que na falta de a Constituição da República tecer qualquer diferenciação, a proteção deve abranger tanto coisa julgada formal quanto a material, a razão aparentemente se encontra com José Afonso da Silva que, diversamente, sustenta que apenas a coisa julgada material é protegida pelo inciso XXXVI do artigo 5°, na medida em que o âmbito de proteção abrange apenas o provimento jurisdicional definitivamente outorgado.

 

- Já o direito adquirido abarcará as situações em que, malgrado o titular tenha satisfeito todos os requisitos para a formação do direito subjetivo, não chegou a exercitá-lo. Assim, o que é garantido por tal instituto não é propriamente o direito cujos efeitos já se exauriram por completo, mas sim aqueles que se aperfeiçoaram sob a égide de uma lei anterior, por satisfazer todos os requisitos previstos por ela para sua formação, mas que não tiveram sua situação consolidada por não terem sido exercidos.

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