BRUTOS propôs ação de renunciação de obra nova cumulada com demolitória, visando embargar obra de vizinho que construía janelas a menos de meio metro e meio de sua propriedade. Constitui julgamento extra petita a decisão do juiz que manda o vizinho réu realizar apenas obras de reparos, de modo de adequar a obra ás normas pertinentes?
Correto. É nula a sentença que concede medida diversa da pleiteada pelo autor, devendo o juiz apreciar o pedido nos limites em que foi proposto. Comprovado que as aberturas realizadas pelo réu na parede de divisa estão em desacordo com a regra do artigo 1.301 , § 2º do Código Civil e ressaltando a prova pericial que do local não é possível observar o imóvel dos autores, impõe-se reconhecer a procedência parcial da pretensão, apenas para determinar ao réu que providencie a vedação das três primeiras fiadas de cada abertura, medida que se reputa suficiente para sanar a irregularidade e impedir que a privacidade dos autores seja violada.
O STJ vem concedendo pedidos não formulados expressamento pelo autor. Nesse caso, a ofensa ao princípio da congruência, com a alegação de sentença extra petita, depende da corrente doutrinária que se adotar no tocante aos limites da causa pedir; entendida como abrangente dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido, a limitação será mais ampla, enquanto, aplicando-se o entendimento de que a vinculação se limita aos fatos jurídicos, a limitação será menor. Tanto a doutrina, como a jurisprudência, no tocante à causa de pedir, limitam à correlação do juiz ao prolatar sua sentença aos fatos jurídicos narrados pelo autor, de forma que o juiz está liberado a aplicar fundamento jurídico diverso daquele narrado pelo autor em sua petição inicial. O STF chama tal fenômeno de causa de pedir aberta.
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