Para um trato especializado na leitura que foi expressa na postagem no Skoob, acima, por exemplo, supõe-se que o leitor deveria, no mínimo, ter feito uma apresentação da obra e do autor, colocando em evidência, talvez, a sua trama e suas personagens. Em seguida, deveria esse leitor ir se aprofundando, quem sabe, na estrutura interna do texto, analisando os seus elementos intrínsecos. Todos esses passos fazem parte de um protocolo de leitura que tem como princípio a dimensão estética ou literária. É bem verdade que explicitar na leitura de uma produção parâmetros que consagram o texto e o seu autor a torna mais enriquecida, porém, há de se considerar que essa é apenas uma expectativa de leitura, em meio a outras mais. O seu diferencial é o fato de que se firmou como a modalidade de leitura legítima nos estudos literários. Privilegiada, tal modalidade de leitura é monopólio de um campo instituído por críticos, autores e editores, os quais reconhecem apenas a abordagem especializada na estética, desconsiderando outras formas de abordagem do texto literário. Por leitura estética, compreende-se, aqui, a leitura detida na linguagem, na forma e no conteúdo de uma produção, por meio da qual se retomam rasgos da personalidade e contexto sócio-histórico do autor, a sua intencionalidade, com vistas a deflagrar a literariedade do texto. Priorizando esse arsenal de critérios, o campo literário lança-o em seus estudos, apregoando-o como legítimo junto a críticos e escritores. Nessa direção, os estudos literários desdobram-se em reflexões e pesquisas sobre gêneros literários, história literária e literatura comparada, por exemplo, mantendo o foco no processo de produção e na crítica teórica