A linguagem na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender. A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, equipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério
Com base na interpretação do texto, marque a alternativa que está INCORRETA:
a. |
O autor faz um paralelo entre a linguagem do dia a dia e a norma culta, afirmando que a variante padrão pode apresentar-se de forma muito bela (“A linguagem na superfície estrelada de letras”), mas também pode mostrar-se incompreensível (“sabe lá o que ela quer dizer?”). |
|
b. |
A crítica que Drummond realiza com esse poema foi bastante vanguardista, pois hoje esporadicamente ainda percebe-se que as variações linguísticas das camadas populares são desprestigiadas em relação à norma culta ensinada nas escolas. |
|
c. |
Infelizmente, quem não conhece bem a gramática fica à margem da sociedade e não consegue nem estabelecer relacionamento com os familiares. Isso é o que evidencia o poeta em “Aula de Português”. |
|
d. |
Drummond apresenta o nome de um estudioso da língua para destacar que apenas algumas pessoas são detentoras das variantes de prestígio da Língua Portuguesa. |
|
e. |
O autor faz uma crítica ao padrão culto da língua portuguesa, afirmando que tal variação linguística é um ideal não compatível com a linguagem cotidiana. |
Compartilhar