Competência ou jurisdição internacional, trata-se do “exercício do poder jurisdicional do Estado em relação a uma controvérsia que, de qualquer maneira, apresente um elemento estrangeiro, a significar o envolvimento de mais de um país”. É de grande importância ressaltar, em relação ao que nela está contido, que a jurisdição não deve ser alterada em função de haver elementos estrangeiros no processo. Trata-se de uma atividade única e invariável, não sendo possível o estabelecimento de uma distinção relevante em virtude de um conceito independente de jurisdição internacional. Em si tratando de extensão da área de atuação, o modelo toma formas diferentes, onde cada país, de modo independente, delimita a área onde exercerá o seu poder jurisdicional, podendo até mesmo ser ilimitadas, ao menos em caráter abstrato. *Os Estados, de maneira geral e presente o dever de não-intervenção acima mencionado, acatam as limitações decorrentes do princípio da efetividade que, segundo Amílcar de Castro, “significa que o juiz é incompetente para proferir sentença que não tenha possibilidade de executar”, por estarem fora de seu alcance as coisas objeto da demanda, ou o sujeito passivo.
Competência internacional é aquela que define se o Brasil possui competência para julgar determinada demanda e, possuindo, se a competência é exclusiva (só o Brasil pode) ou se é concorrente (pode o Brasil e outro país).
Está prevista nos arts. 21 a 23, do CPC:
"Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra (competência internacional exclusiva) - Observação nossa:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional."
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