Buscar

Art. 60, §4°, I CRFB/88

Segundo o caput do art. 1º da Constituição de 1988, a forma de governo do Estado brasileiro é o democrático de Direito Tendo em vista o disposto no art. 60, §4°, I CRFB/88, é possível alterar tal opção do constituinte?

💡 5 Respostas

User badge image

Carlos Henrique Panhan

NÃO!! ...

 

A menos que você teve a intenção de fazer referência ao inciso ‘IV’ e não ao ‘I’ (“[...]Tendo em vista o disposto no art. 60, §4°, I CRFB/88, [...]”), acho que deva estar confundindo as coisas.

Veja bem, Estado Democrático de Direito é um conceito que designa qualquer Estado que se aplica a garantir o respeito das liberdades civis, isto é, a proteção dos Direitos e Garantias Fundamentais dos indivíduos, e em nada tem a ver com sua Forma Federativa de ser. Já que o Brasil poderia ser muito bem um Estado Unitário e ainda sim ser Democrático de Direito.

Caso não saiba, há duas classificações quanto às formas de estados:

- Sociedade de Estados (Confederação e Estado Federal [caso do Brasil])

- Estado Unitário ou Simples

De qualquer forma, qualquer alteração, em ambos os sentidos, não seria possível. Não com a nossa atual Constituição. Para ser feito isso seria necessário ter uma nova constituinte, ou seja, criarmos uma nova constituição, Já que o parágrafo 4º arrola as cláusulas pétreas, que não são passíveis de alteração. Logo, não poderíamos ter um Estado que não fosse o Federativo, nem que não fosse Democrático de Direito (abolido os direitos e garantias individuais).

E quanto à ausência dos ditos “direitos e garantias individuais”, em uma possível nova constituição, há vários doutrinadores arrojados, que alegam ser impossível. Já que, embora o Poder Constituinte Originário seja ‘ilimitado’, ele não é absoluto.

Não temos nenhum exemplo prático hoje de um novo Estado que na sua constituinte vele a opressão dos Direitos, para sabermos da validade dessa alegação. Mas acreditasse isso não ocorreria – não sem nenhuma intervenção dos órgãos internacionais e outros Estados.

_____________

Discordando do colega André Luis, que, acredito eu ter dito ser possível alterar a formar Federativa de Estado sem aboli-la... caso seja isso mesmo, vamos à uma analise sintáxica:

Se o Brasil não vai ser uma Federação, ele vai ser uma Confederação (unir-se com outros Estados) ou um Estado Unitário (unificar todos os Entes Federativos, isto é, Estados [SC, PR, SP, DF, etc...])

Como o Brasil vai se transformaria numa Confederação ou Estado Unitário, sem abolir forma federativa de Estado?

 

1
Dislike0
User badge image

Andre Luis

Prezada Kléia, este é um assunto polêmico.

Se formos analisar de um ponto de vista técnico, sim é possível alterar a forma de governo. O artigo que vc citou enumera taxativamente o que não pode ser ABOLIDO. Veja bem ABOLIDO, o que significa que eles podem tb em tese sofrer alterações.

 § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

      I -  a forma federativa de Estado;

      II -  o voto direto, secreto, universal e periódico;

      III -  a separação dos Poderes;

      IV -  os direitos e garantias individuais.

 

Há doutrinadores que defendem que o Estado Democrático de Direito seria um príncípio fundamental, não precisando ser expresso . Outros que ele é um princípio e norma rígidos. Esse é um assunto, muito controvertido. Como eu disse, tecnicamente é possível alterar a forma de governo.

Espero ter ajudado.

0
Dislike0
User badge image

Júnior Oliveira

Denominam-se cláusulas pétras as normas constitucionais que são protegidas pelo art. 60, §4º, CRFB, consubstanciando-se em temas sobre os quais sequer se poderá deliberar acerca da abolição:

art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

Nesse diapasão, deve-se observar atentamente o disposto no inciso II do referido dispositivo: quando o constituinte originário afirma ser intangível o voto direto, secreto, universal e periódico, está, em outras palavras, referindo-se à própria democracia. Isso porque, no Brasil, somos adeptos da democracia representativa, regime segundo o qual todo o poder emana do povo, mas esse poder é, em regra, exercido através de seus representantes, que são eleitos por meio do voto

Ora bem, se a eleição dos representantes do poder popular é protegida como cláusula pétrea e se dá por meio do voto, forçoso deduzir que, o regime democrático é igualmente tutelado pelo art. 60,§4º, II, CFRB/1988, já que, sem o voto direto, secreto, universal e periódico, não há a democracia na forma idealizada pelo constituinte.

0
Dislike0

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

✏️ Responder

SetasNegritoItálicoSublinhadoTachadoCitaçãoCódigoLista numeradaLista com marcadoresSubscritoSobrescritoDiminuir recuoAumentar recuoCor da fonteCor de fundoAlinhamentoLimparInserir linkImagemFórmula

Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta

User badge image

Outros materiais