As constituições do mundo moderno têm como precípua função a delimitação do poder, e a proteção dos chamados direitos fundamentais.
Segundo Zagrebelsky, a gênese do constitucionalismo está atrelada ao ímpeto quanto a positivação dos direitos e garantias aptos a salvaguardar os indivíduos contra o arbítrio do Estado.
Segundo Tocqueville, "a ilação do constitucionalismo com a proteção direitos fundamentais foi o que incrementou substancialmente o constitucionalismo como movimento em rumo de uma igualdade cada vez maior entre os homens".
Segundo José Afonso da Silva, já era possível observar tais características na Roma antiga. "O veto do tribuno da plebe contra as ações injustas dos patrícios em Roma, a Lei de Valério Publícola proibindo penas corporais contra cidadãos em certas situações até culminar o Interdicto in Homine Libero Exhibendo, um remoto antecedente do habeas corpus" são exemplos claros de que já existia um embrião da idéia de limitação de poder e garantia dos direitos fundamentais.
Segundo Gisele Leite, "na Idade Medieval, a referida proteção dos direitos fundamentais conheceu particular avanço, em especial na Inglaterra, tendo como conseqüência da limitação do poder monárquico e a consolidação do parlamentarismo inglês.
Com a Revolução Gloriosa de 1688, Guilherme de Orange concedeu diversas prerrogativas aos parlamentares, sendo implementada na época (no ano seguinte), o Bill of Rights ( lista de direitos)".
Outro movimento que influenciara de maneira forte o constitucionalismo fora a Revolução Francesa. A referida revolução foi um marco na limitação do poder monarquico. O lema “liberdade, igualdade e fraternidade” serviu de base para um Estado não-interventor, garantidor das liberdades individuais. O Estado francês pós revolução, no entanto, ficou marcado por ser um Estado liberal, que trouxe desigualdades sociais imensuráveis para a sociedade francesa.
As revoluções russas e mexicana (1917 e 1910) muito contribuiram para a maneira de pensar o direito constitucional que há hoje em dia. Tais movimentos trouxeram a idéia de um constitucionalismo social, que prima pela possível intervenção do Estado no domínio econômico na busca de sociedade mais justa e menos desigual.
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