Questão:
Fernando da Fonseca, brasileiro, casado, empresário do ramo de alimentos, comprou da agroindústria Grãos Brasil SIA, proprietária de mais de 1000 (mil) hectares de plantação de arroz tipo 1 (um), toda a satra de arroz que a Grãs Brasil viesse a produzir em 2017. Por ocasião ficou acordado que o contrato estava atrelado a quantidade que a safra viria a produzir. Ocorre que, após a plantação, na época de desenvolvimento da lavoura, a região de plantio da Grãos Brasil foi atacada por uma praga que comprometeu toda a plantação, exterminando toda e qualquer produção. indignado com o ocorrido Fernando da Fonseca ingressou em juizo para reaver o dinheiro que já havia pago pela safra intrutitera, com fundamento na teoria da onerosidade excessiva. No caso em tela Fernando da Fonseca ter'a êxito?
Justifique a sua resposta com fundamentos e argumentos pertinentes.
Não merece prosperar a alegação de onerosidade excessiva, seja para resolução do contrato ou para redução da prestação, pois o instituto exige três requisitos:
1) Ocorrência de fato extraordinário e imprevisível;
2) Prestação se tornar excessivamente onerosa para uma das partes;
3) Prestação se tornar excessivamente vantajosa para a outra parte.
Art. 478, do CC. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
De fato, ocorreu fato extraordinário e imprevisível. Ademais, houve grandes perdas para uma das partes. Ocorre que não se verifica a excessiva vantagem para a parte adversa.
O que pode ocorrer é a configuração de condição resolutiva presente no contrato, se extinguindo em caso de perda da safra.
Outra hipótese é a seguinte: tendo o vendedor se comprometido com o negócio estar atrelado ao sucesso da safra, estar-se-á diante de contrato aleatório, devendo cumprir suas obrigações, desde que não tenha havido dolo ou culpa do comprador
"Art. 458, do CC. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir."
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