Débora Daniela trabalha como garçonete, por isso ficou particulamente interessada na tramitação do PL 28/91, que regulamenta a profissão. O projeto, após aprovação pelo Congresso Nacional, foi vetado. A messagem do veto trazia o seguinte trecho:
" A Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso XIII, assegura o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, cabendo a impossição de restrições apenas quando houver a possibilidade de ocorrer dano à sociedade."
Pergunta-se:
a) se as razões do veto encontram sustentação constitucional; e
b) se a profissão se tornou ilegal com o veto.
"Art. 5º da CRFB. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XIII - e livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;"
O fato de a norma do artigo 5º, XIII, da CF possuir eficácia contida é responsável pelo debate quanto à amplitude da proteção conferida pelo princípio da liberdade de trabalho em face de possíveis limites a serem impostos pelo legislador ordinário.
Apesar de ser um debate polêmico, entendemos que a lei deve estabelecer as qualificações profissionais limitadoras quando, do contrário, houver risco de dano a sociedade. No entanto, quando a lei apenas regulamenta e clarifica as regras, sem impor limites ao exercício da profissão, entendemos não haver razão para veto.
A profissão permanece legal após o veto. O que foi vetado foi a lei que regulamenta a profissão, porém ainda permanece livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão por disposição constitucional.
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Direito Constitucional I
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