JOÃO MARIA, pai de ANATÉRCIA, SEMPRÔNEA e CAIO, todos menores impúberes, foi condenado por estupro de vulnerável, afigurando-se como vítima, sua filha ANATÉRCIA. Na sentença condenatória o Juiz o julgou incapaz de exercer o poder familiar. Passado o período legal após o cumprimento da respectiva pena, JOÃO MARIA conseguiu sua reabilitação e dois meses depois está sendo acusado pelo crime de furto simples. Diante da situação narrada, pergunta-se:
JOÃO MARIA voltará a exercer o poder familiar sobre seu(s) filho(s) em decorrência da reabilitação a ele concedida?
Não. Embora João Maria tenha cumprido todos os requisitos, se for condenado por decisão definitiva pelo crime de furto, será reincidente, e, a menos que a pena a cumprir seja a de multa, terá sua reabilitação revogada, e como consequencia, a incapacidade para o exercicio do poder familiar. É o que consta no artigo 95 do CP.
"O instituto presta-se para suspender tais efeitos. Entretanto, o art. 93, parágrafo único, anuncia que, nas situações dos incisos I (perda de cargo, função pública o mandato eletivo) e II (incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela), a reabilitação é parcial, vedando a reintegração na situação anterior.
Exemplo 1: JOÃO, condenado por peculato, perdeu o cargo público. Com a reabilitação, JOÃO pode voltar aos quadros da Administração Pública, mas depende de nova investidura (reabilitação parcial).
Exemplo 2: JOÃO, pai de três filhas, foi condenado pelo estupro da mais velha. Na sentença, o juiz julgou JOÃO incapaz de exercer o poder familiar. Depois de reabilitado, JOÃO pode voltar a exercer o poder sobre as filhas, porém jamais em face daquela vítima do estupro.
A reabilitação só é integral na hipótese do inciso III (inabilitação para dirigir veículo).
Livro Manual do Direito Penal - Rogério Sanches - 2016 - pág 530.
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Direito Penal e Processo Penal
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