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É importante considerarmos as orientações políticas presentes na história brasileira para podermos entender as atuais políticas públicas na área educa

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Eduardo de Oliveira

1 - Qual problemática do cotidiano dos jovens o vídeo ilustra para as políticas públicas?

Conforme assistimos no vídeo, a problemática apresentada refere-se aos abandonos escolares efetivados por jovens no Brasil, os dados apresentados no vídeo, mostra que em 2014, cerca de 14,7 milhões de jovens entre 18 e 29 anos, não concluíram o ensino médio, pesquisa que analisa dados oficiais dos últimos 10 anos, mostra que parte dos jovens continua no sistema educacional, mas a maioria abandonou a escola, apesar de o Brasil ter formado mais jovens nos últimos 10 anos. Ao que se refere à evasão ou permanência na escola os dados não são bons, pois quatro a cada dez jovens não concluíram o ensino médio, são 15 milhões sem educação básica completa, de um total de 38,4 milhões de jovens, dados apurados em 2014 conforme relata no vídeo proposto, destes 15 milhões apresentados, cerca de 20% ainda estudam, mas fora da idade esperada, e 80% abandonaram a escola.

 

2 - Como podemos relacionar essa problemática do cotidiano escolar com o conceito de democracia, princípio das políticas educacionais atuais, trabalhado amplamente em aulas anteriores?

Para que possamos construir um argumento amplo, relacionando a problemática apresentada, abrindo uma discussão dentro do conceito de democracia, devemos entender que, dentro dos princípios das políticas educacionais, tradicionalmente, devemos tratar do direito a educação, isto é, a distinção entre direito de acesso à escola e direito ao aprendizado tem sido reduzida a uma demanda por educação de qualidade, na medida em que o tratamento tradicional do direito ao aprendizado não distingue entre acesso a uma escola de qualidade e aprendizado.

Essa concepção não diferencia entre ter uma oportunidade e alcançar um resultado. Assim, pressupõe que o aprendizado de um estudante requer o acesso às devidas oportunidades e vice-versa e, com isso, entende-se que o acesso às devidas oportunidades leva necessariamente ao aprendizado. Dessa forma, qualquer aprendizado inadequado resulta sempre de deficiências na qualidade da escola, mas nunca do desinteresse do estudante frente a uma escola de alta qualidade.

Por essa linha de argumentação, em uma escola de boa qualidade, não existiriam estudantes desinteressados e o acesso a uma oportunidade adequada levaria, necessariamente, aos resultados esperados. Quando oportunidades e resultados estão, dessa forma, fortemente conectados, a democracia dentro do livre arbítrio dos estudantes não exerce qualquer papel relevante. Entretanto, para que oportunidades levem a resultados desejados, é necessário que, invariavelmente, os estudantes aproveitem as oportunidades disponíveis.

Assim, é importante ressaltar que a conexão direta entre oportunidades e resultados requer não apenas que o livre arbítrio seja irrelevante (a simples disponibilidade de uma oportunidade de qualidade deve levar inexoravelmente a sua utilização), mas também que a plena utilização de uma oportunidade de qualidade leve necessariamente ao alcance de um resultado de interesse.

Poder desenhar políticas públicas com base em evidência é um desejo e uma conquista almejada por todas as sociedades. Contudo, para que ações voltadas à promoção do engajamento dos jovens nas atividades escolares e, consequentemente, à redução da evasão e do abandono possam ser desenhadas faz-se necessário, por um lado, consolidar o conhecimento e a evidência disponíveis sobre essa questão. Por outro lado, é necessário que esses resultados sejam apresentados de maneira organizada, acessível e estimulante aos gestores públicos e formadores de opinião, de forma a se converterem em instrumento de apoio para os responsáveis pelo desenho dessas políticas.

A Constituição Brasileira, assim como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e uma variedade de outros compromissos e aspectos da legislação nacional e internacional, apresenta a educação como um componente essencial dos direitos humanos mais básicos. Embora todos os direitos humanos sejam igualmente importantes e inalienáveis, o direito à educação desempenha reconhecidamente um papel central, uma vez que permite que cada pessoa conheça, acesse e goze de seus direitos. Com isso, a garantia do direito à educação é muitas vezes vista como uma condição necessária à segurança de outros direitos.

Tanto a Constituição Brasileira como a Declaração Universal dos Direitos Humanos veem o direito à educação como o direito ao pleno desenvolvimento e a escola como o instrumento que oferece, por excelência, as oportunidades necessárias para que esse pleno desenvolvimento possa de fato ocorrer.

 

“Art. 205: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. ” (Constituição da República Federativa do Brasil 1988).

 

“Art. 26, inciso 2: A educação será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano e pelas liberdades fundamentais. A educação promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. ” (Declaração Universal dos Direitos Humanos)

 

Por isso, o direito à educação deve ser interpretado como o direito ao pleno desenvolvimento, em contrapartida a meramente o direito de acesso a uma vaga em uma escola qualquer. Essa diferenciação é muitas vezes sintetizada afirmando-se que o direito à educação não pode ficar restrito ao acesso à escola, mas deve garantir o desenvolvimento e o aprendizado. Daí a crescente distinção entre direito de acesso à escola e direito ao aprendizado.

 

3 - Destaque políticas atuais que visam solucionar parte desse problema.

Para que se faça o combate amplo que resolva o problema de abandono escolar, devemos nos ater aos procedimentos para o acompanhamento da frequência, onde precisam estar contemplados no projeto político pedagógico da escola e na pauta de discussão com o corpo docente nas reuniões de planejamento. A primeira medida eficiente para que esse controle seja feito diariamente é a tradicional chamada, que os professores devem ser incentivados pelos gestores a fazer em todas as aulas. "Chamar os alunos pelo nome também é uma das formas de construir vínculos e dar identidade ao grupo". Para que isso aconteça, é preciso ter, desde o primeiro dia, planilhas completas com os nomes de todos os estudantes, preparadas com a ajuda da secretaria da escola - e essas precisam ser analisadas regularmente pela equipe gestora. Dessa forma, tem-se uma boa ferramenta para observar a rotatividade na escola, que está presente desde o começo do ano, e traçar estratégias para lidar com ela.

Também no primeiro semestre, o diretor realiza o Censo Escolar e preenche as tabelas com dados de aprovação, reprovação e movimento escolar, solicitada anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Depois que essa tarefa termina é preciso continuar buscando medidas para acompanhar a presença dos estudantes, trabalhando sempre para conservar ou aumentar o número de crianças e jovens com acesso à Educação.

Nesse percurso, o diretor pode se deparar com problemas de origem pedagógica. Existem casos de crianças que deixam de ir à escola porque apresentam um desempenho ruim e há também aquelas que, no extremo oposto, evadem ou abandonam os estudos por não se sentirem desafiadas e estimuladas. Tais situações requerem a parceria com o coordenador pedagógico e, por vezes, a implantação de projetos de formação que auxiliem o professor a ensinar para todos.

A equipe gestora também pode se unir para lançar mão de conversas com a comunidade, cartazes, visitas às famílias e meios de comunicação disponíveis na cidade para dar um fim feliz às histórias de abandono e evasão. Todas essas são formas de chegar até as famílias do entorno e mostrar a elas que a escola se preocupa com os seus filhos. Se nenhuma dessas ações funcionarem, ainda é possível recorrer ao Conselho Tutelar (que entra em contato com as famílias para garantir que os direitos de crianças e adolescentes sejam cumpridos) ou, em último caso, ao Ministério Público (que toma as medidas judiciais cabíveis). Mas isso somente em casos extremos.

Conclui-se que, toda política pública deve ser voltada a preocupação de oferecer políticas adequadas e de qualidade, normas que garantam o desenvolvimento pleno do estudante, interesses amplos dos órgãos responsáveis, para que assim, as ações educacionais possam alcançar seus objetivos, dentro do que é proposto, com políticas adequadas a sociedade, na qual a educação é a maior ferramenta disponível ao desenvolvimento pessoal, profissional e cível, conscientização é tudo, agir consciente é garantir o direito a educação.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Emenda constitucional n.º 59, 2009.

FERREIRA, L. A. M. Evasão Escolar. Encontros Pela Educação, 2000.

TODOS PELA EDUCAÇÃO, Portal disponível em: < https://www.todospelaeducacao.org.br>

Disponível em: <https://www.todospelaeducacao.org.br> Acesso em 4 de out. 2018.

Disponível em: < https://cursos.univesp.br/courses/1855/pages/videoaula-avaliacao-externa-e-em-larga-escala-no-brasil-%7C-univesp-tv?module_item_id=135988> Acesso em 4 de out. 2018.

 

 

Disponível em: < https://cursos.univesp.br/courses/1855/assignments/15669?module_item_id=155002> Acesso em 4 de out. 2018.

 

 

NERI, M. C. Tempo de permanência na escola. Rio de Janeiro, FGV/IBRE, CPS, 2009.

 

 

INEP. Plano Nacional de Educação PNE 2014-2024: Linha de Base. 2015.

 

 

Noêmia Lopes – Gestão Escolar – 2010.

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