qual a diferença entre desistência e renuncia no processo?
Desistência |
Renúncia |
O autor desiste de prosseguir com a ação naquele processo. |
O autor abre mão do direito material que alegava possuir. |
Após o juízo homologar a desistência, o autor poderá repropor a mesma ação. |
O autor não poderá propor nova ação fundada naquele direito material que foi objeto de renúncia. |
Se o réu já tiver apresentado contestação, é obrigatório que o réu consinta com a desistência. |
Não existe obrigatoriedade legal de ouvir o réu sobre a renúncia do direito manifestada pelo autor. |
A sentença que homologa a desistência é terminativa (extingue o processo sem resolução do mérito – art. 267, VIII). |
A sentença que reconhece a renúncia é definitiva (extingue o processo com resolução do mérito – art. 269, V). |
A sentença faz apenas coisa julgada formal. |
A sentença faz coisa julgada formal e material. |
Produz efeitos meramente processuais. |
Produz efeitos materiais. |
Ex.:
TRF-3 - APELAÇÃO CÍVEL - 26749 : AC 19480 SP 90.03.019480-7
Ementa:
PROCESSUAL CIVIL. DESISTÊNCIA DE EXECUÇÃO CIVIL. ARQUIVAMENTODOS AUTOS. DISTINÇÃO ENTRE RENÚNCIA E DESISTÊNCIA.
1. No sentido técnico-jurídico processual, os termos são bem distintos, porquanto o processo de conhecimento sempre será extinto sem o julgamento do mérito quando o autor desiste da ação (art. 267, VIII), podendo haver apenasa coisa julgada formal; enquanto que o julgamento se dará com o conhecimento do mérito quando o autor renunciar ao direito do qual se funda a ação (art. 269, V), havendo, nesse caso, a coisa julgada material. Essa distinção é importante exatamente porque num caso, no primeiro, a inércia do credor levará ao arquivamento do processo que somente poderá ser extinto pelo advento da prescrição; e, no segundo caso, levará, desde logo, à baixa como processo findo.
O institutos processuais da desistência e da renúncia, embora parecidos, não devem ser confundidos.
A desistência é ato do recorrente, havido nas hipóteses em que a parte que recorre manifesta o desejo de desistir do recurso após a sua interposição. Essa faculdade pode ser exercida a qualquer tempo e prescinde da vontade da parte recorrida, nos termos do art. 998, NCPC:
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos.
A renúncia, por seu turno, é a manifestação de vontade da qual a parte vencida afirma não abrir mão (renunciar) do direito de interpor recurso. Tal ato, assim como ocorre com a desistência, tambem não depende de concordância da parte contrára. Aqui reza o art. 999, NCPC:
Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte.
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Direito Civil e Direito Processual Civil
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