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O juiz é obrigado a de terminar a desconsideraçao da personalidade jurídica de uma empresa que nao tenha patrimonio suficiente para pagar sua divida?

💡 3 Respostas

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Paulo Eduardo

O instituto da desconsideração da personalidade jurídica, ou disregard doctrine, foi instituído em nosso ordenamento jurídico pelo art. 28 do CDC. A redação do art. 28, inicialmente diz que "o juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica..." e a parte "b" do mesmo artigo diz que  "A desconsideração também será efetivada quando..." dando a entender que se ocorrer as hipóteses previstas na lei, quais sejam abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social, falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração o juiz não só pode como será uma consequência obrigatória.

Fora da órbita das relações de consumo, o art. 50 do CC restringiu a aplicação do instituto e estabeleceu que a desconsideração será aplicada em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, podendo o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Além disso, o novo CPC arrematou trazendo em seu "Art. 133.  O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo

(...)

§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.

Em síntese, o juiz não é imediatamente obrigado. Deve ser requerido pelas partes ou pelo MP (quando lhe couber intervir no processo) e só poderá ser desconsiderada a personalidade jurídica se cumpridos os requisitos da lei, ou seja, a desconsideração nessa hipótese só poderia ocorrer se a pedido das partes fosse demonstrada que a falta de patrimônio suficiente ao cumprimento das obrigações se deu pela má administração, por abuso da personalidade jurídica por parte dos sócios ou por desviar-se de sua finalidade. Mas ainda assim, a desconsideração dependerá da análise dos fatos e das provas pelo juiz.

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Alysson Ferreira

sim, de acordo com a teoria menor da desconsideração e jurisprudência majoritária dos tribunais do trabalho. na justiça comum é também possível, no entanto a doutrina majoritária da teoria maior(art. 50 do cc) é predominante na jurisprudência, principalmente no STJ.
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Júnior Oliveira

Não, o juiz não é obrigado a decretar a desconsideração da personalidade jurídica, devendo, no entanto, julgar o incidente, em decisão interlocutória, sendo certo que o incidente deverá ser apresentado e processado no termos do art. 132, ss, CPC:

Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.

§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei.

§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica.

Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.

§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas.

§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.

§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º.

§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.

Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.

Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória.

Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.

Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.

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