O ato-fato é um ato humano em que a vontade não importa. A revelia e a ausência de recurso são atos-fatos. Portanto, para efeitos processuais, não importa se o réu quis ou não deixar de contestar/recorrer.
Via de regra, a contumácia, a inércia ou a omissão são atos-fatos processuais. Não é, contudo, toda omissão ou inércia que se caracteriza como ato-fato. Há omissões negociais. Ocorre quando o réu deixa de opor a exceção de incompetência relativa, por exemplo. A renúncia tácita à convenção de arbitragem também é uma omissão negocial.
Em suma, há dois tipos de omissão no processo: a omissão contumacial e a omissão negocial. A primeira é um ato-fato, a segunda um negócio jurídico. O assistente, por exemplo, não pode se manifestar de forma contrária à vontade do assistido. Ou seja, o assistente não pode se manifestar quando a omissão for negocial.
Dessa forma, se o assistido for réu e não apresentar exceção de incompetência ou não suscitar preliminar de convenção de arbitragem, o assistente não poderá fazê-lo. Em contrapartida, caso o assistido não conteste ou não recorra, o assistente poderá fazê-lo, já que a revelia e a ausência de recurso são atos-fatos, ou seja, a vontade não faz diferença.
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