Olá Elissandra, vamos lá,
Primeiramente é preciso saber que ambas células têm origem na medula óssea a partir de uma célula tronco hematopoiética (CD34). No entanto, linfócitos T tem seu processo de maturação no timo e linfócitos B maturam na medula óssea mesmo. O desenvolvimento dos linfócitos envolve rearranjos somáticos de segmentos gênicos dos receptores de antígenos. Os receptores de antígenos de linfócitos B são as imunoglobulinas e dos linfócitos T são os TCRs (vale a pena aqui estudar a estrutura de ambos)
No início da maturação de células B, os genes das imunoglobulinas estão na configuração germinativa e começam o processo de rearranjo de segmentos gênicos das cadeias pesadas. O processo de rearranjo é bem complexo, porém o que é essencial saber, é que a cadeia pesada H é a primeira a ser rearranjada, e quando unida a região constante µ, forma o pré-BCR. O pré-BCR é também associado ás moléculas de sinalização Igα e Igβ. Células B imaturas expressam em suas superfícies moléculas intactas de IgM. Também ocorre a síntese de cadeias δ por splicing alternativo (formação de IgD). As células B imaturas que expressam alta afinidade para antigenos próprios que lhe são apresentados, são induzidos a editar genes de receptores ou são eliminadas. A célula B madura nesse caso, é aquela que expressa em sua superfície IgM e IgD, capacidade de recircular e competência funcional (lembre-se das funções dos linfócitos B: produzir anticorpos e apresentar antígenos aos linfócitos T ativando-os).
Os linfócitos T por sua vez também passam por processos iniciais de rearranjos dos segmentos gênicos dos TCRs tal como os linfócitos B. No entanto, linfócitos T, também chamados de timócitos por residirem no timo, expressam em sua superfície moléculas CD3, TCR, CD4 e CD8. A medida que os timócitos amadurecem, migram para o córtex da medula tímica. Timócitos imaturos são duplo negativos (CD4-CD8-) e nesse estágio ocorre rearranjo das cadeias β, α e γ dos TCR. O pré-TCR é formado por uma cadeia β do TCR associada a uma proteína pré-T α, proteínas CD3 e dzeta. O pré-TCR transduz sinais para a mudança da célula para duplo-positivo. Os timócitos duplo-positivos que expressam TCR tem o repertório formatado pela restrição ao MHC próprio e autotolerância. Os timócitos passam por duas seleções antes de tornarem-se maduros e funcionais:
Seleção positiva: reconhecem complexos peptídeo-MHC com baixa afinidade nas células epiteliais do timo. Nesse processo os timócitos amadurecem para simples positivos CD4-CD8+ ou CD4+CD8-. Esse processo é importante para que o linfócito seja restrito ao MHC próprio. Caso o LT reconheça o complexo com a alta afinidade ele é eliminado.
Seleção negativa: os timócitos reconhecem antígenos próprios com alta afinidade. E isso é necessário para desenvolver a autotolerância. Os timócitos que sobrevivem a essa seleção adquirem capacidade de se diferenciar em TCD4+ ou TCD8+ virgens e finalmente migram para os tecidos linfoides periféricos.
O processo como um todo é complexo e cheio de detalhes, porém creio que o ABBAS ajuda muito a enteder o processo. Espero ter ajudado.
Grande abraço e bons estudos,
Jéssica
Os linfócitos B (células B) são um componente essencial da resposta imune humoral. Produzidos na medula óssea, as células B migram para o baço e outros tecidos linfoides secundários, onde amadurecem e se diferenciam em células B imunocompetentes. Parte do sistema imune adaptativo, as células B são responsáveis pela geração de anticorpos para antígenos específicos, os quais se ligam via receptores de células B (BCR).
A ativação das células B ocorre através do reconhecimento do antigénio por BCRs e de um sinal de ativação secundário co-estimulatório requerido, fornecido quer por células T auxiliares quer pelo próprio antigénio. Isso resulta na estimulação da proliferação de células B e na formação de centros germinativos onde as células B se diferenciam em células plasmáticas ou células B de memória. Importante, todas as células B derivadas de uma célula B progenitora específica são clones que reconhecem o mesmo epítopo antigênico.
Os linfócitos T imaturos movem-se da medula óssea para o timo, fixam residência e tornam-se linfócitos T dependentes do timo ou maduros. Essas células T maduras passam pela circulação para encontrar lares em linfonodos, tecido linfoide associado à mucosa ou baço.
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