Arnaldo pagou a Tomé uma dívida de João. Depois de pagar, descobriu que João havia sido induzido a erro quando da celebração do contrato. Pode Arnaldo pedir a repetição do pagamento? Fundamente.
Percebamos que, anulado o negócio em razão de erro, não haverá direito de reembolso de Arnaldo por João, conforme art. 306, do CC:
"Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação."
Entretanto, caberá restituição devida por Tomé a Arnaldo, para evitar o locupletamento ilícito, conforme arts. 884 e 885, do CC:
"Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.
[...]
Art. 885. A restituição é devida, não só quando não tenha havido causa que justifique o enriquecimento, mas também se esta deixou de existir."
Arnaldo não poderá pedir a repetição do pagamento, tendo-se em vista que caberá a João ajuizar uma ação visando anular o contrato celebrado em razão do erro, que é considerado um vicio do negocio juridico, para que então haja devolução do dinheiro acrescido de correção monetária e juros. Ressalta-se que o erro deve ser alegado apenas pela pessoa interessada, por esta razão Arnaldo não é parte legitima.
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Direito Civil e Processo Civil
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