Buscar

alguém tem uma petição inicial (com identificação das partes, pedido e causa de pedir) e uma contestação com preliminar de incompetência do juízo?

💡 1 Resposta

User badge image

Dani Da Rosa Silveira

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE BAURU/JAÚ/SP

 

 

CAIPIRA HORTALIÇAS LTDA. – ME, inscrita com CNPJ sob o n° XXXXXXX, sede na cidade de Bauru – SP, CEP: XXXXXXX, com endereço eletrônico xxx@xxxx.com.br vem respeitosamente a presença de vossa excelência, por intermédio de seus advogados infraqualificados, com escritório profissional, com sede na Rua xxxxxxxx, n° xxx, com endereço eletrônico xxxxx@xxxx.com.br, com procuração devidamente juntada propor a presente:

 

Ação Indenizatória de Danos Materiais C/C Lucros Cessantes decorrente de Acidente de trânsito

 

em face da empresa VIAÇÃO METEORO LTDA., inscrita com CNPJ sob o n° XXXXXX, com sede na cidade de São Paulo-SP, na Rua XXXXX, n° XXXX, com endereço eletrônico xxxx@xxxx.com.br, pelos motivos a seguir expostos.

 

INTROITO

 

Quanto à audiência de conciliação.

 

A promovente optar pela a realização de audiência conciliatória, conforme o art.319, inc. VII, do código de processo civil, razão pela qual requer a citação da promovida, para comparecer à audiência designada para essa finalidade, conforme o art. 334, caput c/c §5°, do código de processo civil.

 

Beneficio da justiça gratuita, art.98, caput, CPC.

 

A parte autora requer o benefício da gratuidade da justiça por não ter condições de arcar com as despesas processuais e honorárias advocatícios, uma vez que são insuficientes seus recursos financeiros, inclusive de arcar com as custas dos recolhimentos iniciais.

 

Destarte, a demanda ora formulada peito de gratuidade da justiça, nos termos do artigo 5°, inciso LXXIV da Constituição Federal com Art. 4° da lei n° 1060 de 1950, o que faz por declaração de seu patrono, sob a égide do art. 99, §4° c/c art. 105, in fine, ambos do código de processo civil, tal qual prerrogativa se encontra inserta no instrumento procuratório acostado.

 

1. DOS FATOS

 

O autor dono da empresa CAIPIRA HORTALIÇAS LTDA-ME o Sr. Barnabé, na data de 11/02/2017, trafegava com seu veículo, modelo pick-up Ford Ranger, placa GGG-1223 pela rodovia BR-345, retornando de uma de suas entrega da cidade de Bauru/SP devido a má condição de trafegabilidade da rodovia por motivo de uma chuva forte e neblina Sr. Barnabé perdeu controle da sua pick-up, em vista que se deslocava em sentido contrario da rodovia na contramão o ônibus da empresa VIAÇÃO METEORO LTDA., forçando então a fazer uma manobra brusca ocasionando a colisão frontal com o ônibus, , onde a mesma foi arremessada por mais de 10 (dez) metro contra um barranco. Com o impacto a pick-up ficou completamente avariada, com danos no chassi e a lataria amassada, e ainda causando graves lesões no Sr. Barnabé que quebrou os braços e as pernas e um profundo corte na testa, tendo que ficar hospitalizado par realização de cirurgia. Os primeiros socorros foram prestados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), ao qual interditou a pista e acionou a perícia, e ainda no local a Polícia Rodoviária Federal (PRF) tomou o depoimento do motorista do ônibus que afirmou que invadiu a pista contraria ao se assustar com a manobra efetuada pelo Sr. Barnabé. Logo foi verificado pela perícia que esteve no local dos fatos que realmente houve a invasão da pista contraria por parte do ônibus também esteve no local a seguradora da pick-up, Shangai Marine, no qual foi constatado que o responsável pela colisão foi a empresa de ônibus.

 

2. DO DIREITO

 

A responsabilidade da demandada constitui de forma subjetiva por ato ilícito, não obstante, as provas carreadas oportunamente nestes autos demonstram de forma cabal a necessidade das medidas pleiteadas, bem como a tutela antecipada aqui requerida.

 

2.1 DA INFRAÇÃO DE TRÂNSITO E O DEVER DE INDENIZAR

 

É cediço que o universo jurídico é demandado primordialmente pela obrigação oriunda das relações interpessoais. Conquanto, algumas advêm dos atos ilícitos que são tutelados pelo disposto no dispositivo art. 186 c/c 927 da lei 10.406/2002 (CC).

 

 Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

 

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

 

Assim, é notório que o Réu causou danos ao Autor, devendo, conforme a lei repara-lo e indeniza-lo. Caso é que a ré pode-se extrair da perícia que foi feita no local dos fatos, ainda que a mesma tenha sido inconclusiva, por estar chovendo forte, mas reconheceu a invasão à outra pista sem qualquer resquício de prudência. Infringindo dessa forma o art. 28 e 29, I, §2° e 34 todos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) ao qual traz a conduta de circulação que se deve ter no trânsito.

 

Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito

 

Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:

I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente sinalizadas;

§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.

 

Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.

 

2.2 DOS DANOS MATERIAIS

 

Estes decorrem do nexo de causalidade entre os fatos e os resultados, exigido pela demanda sobre a responsabilidade civil subjetiva. As provas aqui juntadas através do boletim de ocorrência proveniente da observação dos agentes da Polícia Rodoviária Federal que constituem provas carregadas de fé pública e mais atas notariais. 

Discerne-se das atas notariais as fotos dos danos causados no veiculo e os diálogos via e-mails trocados entre o Sr. Barnabé e a empresa Viação Meteoro Ltda, onde a mesma realizou 3 (três) orçamentos para o concerto do veiculo pick-up ford Ranger, os valores dos orçamentos realizados pela empresa Viação Meteoro Ltda. para realizar do concerto da pick-up são em ordem crescente, Oficina Battera ficaria em R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), enquanto que o orçamento da Oficina Restaurar Ltda. ficaria em R$ 40.000,00 (quarenta mil reais). e o da concessionária Translíder ficaria em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), porém a mesma ainda nega a autoria do acidente.

 

Consubstancia-se em verdade como elemento de prova, o documento que por ata notarial ou declaração de servidor público, expressa os fatos relacionados com a demanda. Assim conclui-se do art.384, § único e art. 405 da lei 13.105/2015.

 

Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.

 

Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial.

 

Art. 405. O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião ou o servidor declarar que ocorreram em sua presença.

 

Assim, é notório que o Réu causou danos ao Autor, devendo, conforme a lei repará-lo e indenizá-lo e ainda ser responsabilizado civilmente sobre tal conduta culposa conforme dispõe o artigo 932, III do código civil.

 

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:

 

III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;

 

 

Neste sentido é a jurisprudência:

 

APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS CAUSADOS EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. DEMANDA AFORADA CONTRA O MOTORISTA E O PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA NA ORIGEM, CONDENANDO OS RÉUS AO PAGAMENTO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS. RECURSOS INTERPOSTOS POR AMBAS AS PARTES. DISCUSSÃO CONCERNENTE À CULPA PELO EVENTO DANOSO. PROVA TESTEMUNHAL E DOCUMENTAL QUE EVIDENCIAM QUE O MOTORISTA RÉU DESRESPEITOU O SINAL VERMELHO DO SEMÁFORO, PROVOCANDO A COLISÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL CONFIGURADA. INSURGÊNCIA ACERCA DA EXISTÊNCIA DOS DANOS MORAIS E DO QUANTUM ARBITRADO. SITUAÇÃO DE OFENSA À INTEGRIDADE FÍSICA EM QUE HÁ PRESUNÇÃO DE ABALO ANÍMICO (DANO MORAL IN RE IPSA). PRECEDENTES. MONTANTE FIXADO QUE SE MOSTRA RAZOÁVEL E PROPORCIONAL. JUROS MORATÓRIOS. ALEGAÇÃO DE QUE O TERMO INICIAL DEVERIA SER A DATA DO EVENTO DANOSO. CABIMENTO. ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL CONSOLIDADO (STJ - AgInt no AREsp n. 846.923/RJ, Quarta Turma, Min. Luis Felipe Salomão. Data do julgamento: 9.8.2016). RECURSOS CONHECIDOS. APELO DO AUTOR PARCIALMENTE PROVIDO E DOS RÉUS DESPROVIDO. (TJSC, Apelação Cível n. 0006587-87.2013.8.24.0018, de Chapecó, rel. Des. Bettina Maria Maresch de Moura, j. 20-02-2017).

 

2.3 DOS LUCROS CESSANTES

 

Como já exaustivamente citado nos autos, o autor teve que ficar afastado da suas atividade laborais e ficando sem provimentos durante 3(três) meses, para recuperação de sua saúde e tendo um prejuízo mensal de R$20.000.00 (vinte mil reais) bruto, deixando de ter um lucro mensal de 10.000.00(dez mil reais) liquido, dos faturamentos da sua empresa CAIPIRA HORTALIÇAS LTDA-ME, com isso ficou inadimplente com seus credores, acumulando uma divida de R$ 10.000.00( dez mil reais) referentes a alugueis atrasado, assim exposta como prova a ata notarial dos balanços mensais da empresa, por este motivo é que se encontra o ensejo de pleitear os lucros que por cousa do acidente cessaram  uma vez que o autor deixou de perceber seus proventos. Sendo assim pela certeza e fundamentos já explanados, ressaltando mais uma vez que as provas cabais advêm de oportuna fé pública e documentos devidamente regular com sua manutenção, e que requer do réu à devida indenização, com forme o disposto nos arts. 402 e 403 do código civil, lei 10.406/2002.

 

Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidos ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perde o que razoavelmente deixou de lucrar.


Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.

  

Ressalta-se que o réu é uma pessoa abastado no sentido jurídico da palavra, ou seja, com um grande poder aquisitivo, e ainda assim recusou a arcar com os prejuízos por ele causados. Deste modo a lei é clara, pois assim, disciplina o código civil (10.406/2002), no seu art. 949.

 

 Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.

 

2.4 DA TUTELA PROVISÓRIA ANTECIPADA

 

Requer em sede de tutela antecipada, ante a presença do fumus boni iuris e periculum in mora, que a demandada seja compelida a pagar as verbas indenizatórias sobre o pagamento dos lucros cessantes, para assim o autor sanar suas divida para com os credores e manter sua subsistência de forma digna. Assim exposto na legislação o art. 300 do código processo civil (13.105/2015):

 

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

 

3. DO PEDIDO

 

Ante todo o exposto requer o autor

 

a) a concessão da medida de tutela antecipada, inaudita altera pars, para que seja o réu intimado a pagar desde já, compensatoriamente os lucros cessantes no valor de 30.000.00(trinta mil reais) referente ao faturamento que sua empresa receberia durante os 3(três) meses, e mais 10.000.00(dez mil reais) de prejuízo  referente aos alugueis em que deixou de pagar no período afastamento das atividades laborais do autor;

 

a.1) ante a incontroversa culpabilidade do réu, ainda em sede de tutela de urgência requer, o pagamento médico, conforme as prescrições médicas em anexo;

 

a citação do réu para que conteste o efeito no prazo de 15(quinze) dias, sob pena de se reputarem verdadeiros os fatos alegado na inicial, advindo em consequência os efeitos da revelia;

 

b) designação da audiência de conciliação, para que no ato passam as partes solucionar a lide antecipadamente e, caso inexitosa proposta a conciliação, seja designada a audiência de instrução e julgamento;

 

c) deferido o pedido a fim de seja concedida a JUSTIÇA GRATUITA, ante a comprovação pelo Requerente de que faz jus ao benefício, explícitos os arts. 99 e seguintes do NCPC e a lei 1.060/50;

 

d) protesta por todos os meios de prova em direito admitido, depoimentos de testemunhas, bem como novas provas, documentais e outras, que eventualmente venham a surgir;

 

e) a condenação do Réu na restituição dos prejuízo sofrido pelo Autor, aos danos na pick-up Ranger, na exata quantia de R$ 35.000.00(trinta e cinco mil reais), corrigidos monetariamente e acrescidos dos juros legais desde a data do acidente até a data do efetivo pagamento;

 

f) em fim, a condenação do réu ao pagamento das custas, despesas processuais nos termos da lei e honorários de sucumbências;

 

Dá-se à causa, valor de R$ 75.000.00 (setenta e cinco mil reais).

 

Nestes termos pede deferimento.

 

Pelotas-RS, 13 de março de 2018.

1
Dislike0

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

✏️ Responder

SetasNegritoItálicoSublinhadoTachadoCitaçãoCódigoLista numeradaLista com marcadoresSubscritoSobrescritoDiminuir recuoAumentar recuoCor da fonteCor de fundoAlinhamentoLimparInserir linkImagemFórmula

Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta.

User badge image

Outros materiais