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A posse é um direito real ou obrigatório?

Do ponto de vista doutrinário qual dos dois é pacífico?

💡 3 Respostas

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Lyra

A natureza da posse sempre foi e ainda é extremamente controvertida. Há quem entenda que a posse é um fato, são os doutrinadores filiados ao neokantismo e que entendem que a posse tem antecedente na Gewere, que é uma teoria germânica. Apontam, para confirmar seu entendimento, o dispositivo do CC que fala que entra na posse aquele que adquire um dos atributos da propriedade. Explico: o dispositivo é aberto, como a posse é um fato, o dispositivo não teria como ser minudente em explicar como se adquire posse. Nesse sentido Vitor Kumpel, juiz de direito e professor do curso damásio (é um entendimento muito respeitável, porem minoritário). Há, por outro lado, quem entenda que posse é direito. Sendo um direito, indaga-se sua natureza jurídica. Há autores que sustentem ambas as correntes. Particularmente, discordo daqueles que entendam que é direito real, pois não se enquadra naquelas caracteristicas que a doutrina costumeiramente aponta como típicas dos direitos reais. Parece-me que o que prevalece hoje é que a posse é um dirieto sui generis (quando a doutrina não sabe o que fazer classifica de sui generis kkkkkk) -> nesse sentido o Desembargador do TJSP Francisco Loureiro.

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Lyra

argumentos contra (ser um direito real): a) todo direito real é caracterizado pela taxatividade, somente a lei diz quais são os direitos reais, veja o art 1225 (existe também um direito real previsto de maneira esparsa, mas também com previsão legal) b) direitos reais precisam ser formalizados em cartório, conferindo-lhes a publicidade e opomibilidade erga omnes. c) note que Ebert Chamon, jurista encarregado da redação do livro dos direitos das coisas do CC2002, usou a expressão - DIREITO DAS COISAS... e dispôs sobre a posse...ao terminar, abriu o livro DIREITOS REAIS. Há fortes argumentos, evidenciando que posse não é direito real.

posse como direito real - maria helena diniz e orlando gomes. o direito do possuidor se exerce erga omnes (MINHA CRÍTICA: a posse não é absoluta como os demais direitos reais, cedendo espaço ao proprietário do bem ou, ainda, o possuidor esbulhado não poderá reaver a coisa que está com terceiro de boa-fé. b) todos são obrigados a respeitá-lo; c) os interditos se apresentam com certs qualidades de ação pessoal, mas nem por isso influeeem sobre a natureza real do jus possessionis

defendendo que é um direito sui generis: josé eduardo loureiro, o grande clóvis bevilaqua e josé carlos moreira alves ... aqui não há respostas corretas, a questão é a fundamentação. POr isso sustentar a natureza jurídica especial evita que te questionem coisas que civilistas de 90 anos ainda não tem uma resposta!

 

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