Perguntas básicas de Direito das Obrigações. ;)
Para responder essa questão, primeiramente precisamos entender o conceito de obrigações.
Obrigação é o vínculo jurídico que alguém (sujeito passivo) se propõe a dar, fazer, ou
não fazer qualquer coisa (objeto) em favor de outrem(sujeito ativo).
É vinculo jurídico: porque vem disciplinado por lei e acompanhado de
sanção e tem dois elementos: dívida e responsabilidade.
As partes da relação obrigatória: - devedor e – credor.
Prestação: dar, fazer, ou não fazer.
O direito obrigacional possui uma data de criação e de extinção (a de extinção é estabelecida no momento da criação). Dependendo do negócio jurídico poderão surgir outros sujeitos, além do ativo e passivo (credor e devedor), por exemplo, o terceiro interessado.
Terceiro interessado: é aquele que estava presente no nascimento da obrigação, e participou das tratativas e discutiu o contrato (leu, deu opinião e etc.). Além disso, o terceiro interessado também assinou o contrato e está no nível dos demais sujeitos (ex. Na locação o Fiador).
Dependendo do negócio jurídico poderá aparecer o terceiro não interessado. É o sujeito que não participou da criação do contrato, porém a lei determina que o sujeito cumpra a obrigação. Ex.: avô que tem a obrigação de pagar alimentos para bisneto, pois neto não tem condições.
Ademais, poderá ainda aparecer o sujeito indeterminado (art. 467 CC): é o sujeito previsto em cláusula contratual, que poderá ou não aparecer no negócio jurídico. Ex.: direito imobiliário.
Obrigação natural (quem paga, paga o que deve): é a obrigação que, embora desprovida de ação, o seu adimplemento (cumprir, executar, completar) constitui verdadeiro pagamento, e não mera liberalidade, conferindo ao credor a soluti retentio, de modo que, quem a cumpriu, não tem direito de reclamar a restituição. Ex.: pagamento de dívida de jogo. Contudo há alguns jogos que são regulamentados, os quais a dívida é exigível. Entendendo o conceito passamos a discorrer cada um dos elementos:
O que é resolver a obrigação: Significa colocar as partes na situação em que se encontravam antes de se obrigarem.
Tradição
É a entrega da coisa ao adquirente, com a intenção de lhe transferir a sua propriedade ou a posse. Conforme regula o “caput”, do artigo 1.267, do diploma civil, "a propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição". Nota-se, portanto, que contratos como a compra e venda e a doação, por si só, não têm o condão de gerar a aquisição da propriedade móvel, o que somente ocorre com a entrega da coisa.
Concentração.
Conceito: processo de escolha da coisa devida, de média qualidade, feita via de regra pelo devedor (244). A concentração implica também em separação, pesagem, medição, contagem e expedição da coisa, conforme o caso. As partes podem combinar que a escolha será feita pelo credor, ou por um terceiro, tratando-se este artigo 244 de uma norma supletiva, que apenas completa a vontade das partes em caso de omissão no contrato entre elas.
Após a concentração a coisa incerta se torna certa (245). Antes da concentração a coisa devida não se perde pois genus nunquam perit (o gênero nunca perece). Se João deve cem laranjas a José não pode deixar de cumprir a obrigação alegando que as laranjas se estragaram, pois cem laranjas são cem laranjas, e se a plantação de João se perdeu ele pode comprar as frutas em outra fazenda (246).
Todavia, após a concentração, caso as laranjas se percam (ex: incêndio no armazém) a obrigação se extingue, voltando as partes ao estado anterior, devolvendo-se eventual preço pago, sem se exigir perdas e danos (234, 389, 402). Pela importância da concentração, o credor deve ser cientificado quando o devedor for realizá-la, até para que o credor fiscalize a qualidade média da coisa a ser escolhida.
Confusão
A confusão é, no direito das obrigações, uma forma de extinção de obrigação, e consiste em confundir-se, na mesma pessoa, as qualidades de credor e devedor. Ocorre por meio de fato Jurídico onde o crédito e o débito se unem em uma só pessoa, extinguindo a obrigação.
Referências
- Tradição é o momento da entrega do objeto que deu ensejo a relação jurídica.
- Concentração é o momento da escolha, na obrigação de dar coisa incerta, salvo disposição em contrário essa escolha cabe ao devedor.
- Confusão é modo diverso de adimplemento de relação obrigacional. Acontece quando a a figura de credor e devedor se confundem na mesma pessoa.
- Resolver a obrigação é termo utilizado para dizer que a relação já foi adimplida, desfazendo - se assim o vínculo jurídico existente.
No Direito Civil, o termo "Tradição" remete à entrega, ou seja na relação de compra e venda, por exemplo, o comprador (devedor de pagamento em espécie) ao efetuar o pagamento passa a ser credor do vendedor do produto/mercadoria/serviço pelo qual pagou, então ocorre a tradição - entrega do produto pelo qual foi negociando mediante valor previamente fixado.
O princípio da concentração prega que, em regra, todas as provas devem ser oferecidas em um único momento, por exemplo, na audiência de instrução e julgamento. A concentração exige que os atos processuais sejam exauridos em seus respectivos momentos, quando oportunizados. Assim é que na contestação o réu deve abordar toda a matéria de defesa que pretenda se valer até o final da discussão judicial; na apresentação de quesitos, por exemplo, o interessado deve esgotar os questionamentos que deseja ver respondidos pelos (perito)s, concentrando toda a sua atuação na oportunidade processual que lhe é oferecida, sob pena de preclusão.
A confusão é, no Direito das obrigações, uma forma de extinção de obrigação, e consiste em confundir-se, na mesma pessoa, as qualidades de credor e devedor .
Resolver a obigação é finalizar, pagar, não ter mais nada com aquela obrigação, terminar o todo.
No Direito das obrigações é a tecnica da escolha. Após a concentração da coisa incerta, ela passa a ser certa. A concentração ocorre primeiro que a tradição. Se a concentração pertence ao devedor, este deve optar pela coisa de qualidade mediana, não poderá entregar coisa pior, e também não necessita entregar a coisa de melhor qualidade. E se a concentração pertencer ao credor, este poderá selecionar a coisa de melhor qualidade e rejeitar a de pior qualidade.
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